O abrandamento da economia e possíveis novos cortes nos juros estão a pressionar o setor bancário, desde logo o português, com analistas a considerarem que o momento de transformação que a banca atravessa poderá levar a mais consolidação no setor.
O alerta é dado aos analistas contactados pela Lusa e lembram ainda que as autoridades europeias apoiam esse movimento de consolidação.
Vários responsáveis europeus têm dado a entender que veem com bons olhos a consolidação como forma de aumentar a rentabilidade e eficiência dos bancos e de permitir aos bancos europeus competirem com grandes bancos não-europeus.
No início de julho, numa conferência internacional em Lisboa, a vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, disse que as autoridades não devem interferir na consolidação bancária e criar um problema ainda maior ao resolver um existente, devido às fragilidades da União Bancária.
"Neste contexto, reguladores e supervisores não devem ajudar nem impedir fusões e aquisições", afirmou.
No mesmo evento, o presidente do Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Andrea Enria, considerou que a dimensão adequada do setor bancário é "difícil de avaliar", mas que "parece ser claro que o setor bancário europeu continua a ser muito grande" e a precisar de consolidação.
Um dos recentes casos de consolidação bancária na Europa é do grupo bancário espanhol Santander.
Em 2018, comprou por um euro o espanhol Banco Popular, no âmbito da resolução deste.
Já em 2015, em Portugal, o Santander Totta (detido pelo Santander) comprou a atividade bancária do Banif(no âmbito da resolução deste). Em 2018, no âmbito da operação referida, ficou também com a operação do Banco Popular Portugal.