Brasil. Homem sequestra autocarro e acaba abatido pela polícia

Fez quase 40 reféns com arma de brincar durante quatro horas e acabou por ser abatido pela polícia. 

Um homem fez 37 passageiros reféns, com uma arma de brinquedo, num autocarro no estado do Rio de Janeiro. O sequestro teve lugar no meio de uma ponte e acabou ao fim de três horas e meia, com o homem a ser abatido por um sniper da polícia. Ainda não foi apurado o motivo, mas a situação não provocou feridos.

O autor do crime alegou ser polícia militar, algo que as autoridades prontamente desmentiram, e ameaçou incendiar a viatura com gasolina. Anunciou o sequestro às 5h25 (9h25 em Lisboa), levando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar do Rio de Janeiro a ordenar o encerramento da Ponte Rio-Niterói durante algumas horas, cercando o autocarro com as suas viaturas.

“Temos um homem que se identificou como polícia militar. Ele está ameaçando pegar fogo no ônibus, colocando os passageiros em perigo. Não sabemos qual o real propósito dele”, disse Sheila Sena, porta-voz da PRF ainda no início do caso. As autoridades entraram em negociações com o sequestrador através do telemóvel de um dos reféns. Segundo a polícia militar, o homem estava desorientado, embora haja a convicção de que a sua ação foi premeditada.

A esposa de uma das vítimas, Eliziane Terra, conseguiu contactar o marido enquanto decorria o sequestro. “Ele saiu para trabalhar à 4h30. Quando foi por volta das 5h25 ele me mandou uma mensagem dizendo que o ônibus estava sendo sequestrado, ‘estamos indo para a ponte’. A princípio pensei que era um assalto. Eu levantei, acordei o meu filho e disse: ‘Seu pai está sendo assaltado”, confessou Eliziane ao G1

O homem foi libertando reféns durante as negociações com a polícia, chegando a sair por algumas vezes da viatura. Já pelas 9 horas acabou por ser abatido quando o atirador da polícia militar se encontrava próximo do veículo.

O número de assaltos em autocarros tem vindo a subir no estado do Rio de Janeiro desde abril deste ano. Só desde então foram registados quase seis mil casos, um aumento de 40% em relação aos primeiros quatro meses do ano passado, segundo o G1

“A gente está vivendo em uma terra sem lei. A gente sai para trabalhar e não sabe se volta. Meu filho sai para trabalhar, meu marido também. Eu oro todo o dia a Deus, mas a gente está à mercê. A gente sabe vai sair, mas não sabe se vai voltar”, reclamou Eliziane.