Iniciativa Liberal lança acusação: “Está em curso uma manobra de manipulação das contas públicas”

O IL defende a saída da TAP da alçada estatal “assim como todas as obrigações financeiras que daí decorrem”.

Criado em dezembro de 2017 e defendendo a liberalização económica, política e social, o partido Iniciativa Liberal (IL), dirigido por Carlos Guimarães Pinto, lançou esta quarta-feira uma acusação ao Governo: a da manipulação das contas do Estado através da exclusão da TAP "do perímetro das contas". Num comunicado enviado às redações, o partido que conta com Miguel Rangel como secretário esclareceu que "no dia 6 de Fevereiro de 2016, o governo anunciou a recuperação do controlo estratégico da TAP. Esse anúncio foi feito na página oficial do governo e em vários meios de comunicação social" sendo que a recuperação "implicou que as contas da TAP continuassem a entrar no perímetro das contas públicas".

No entanto, na passada terça-feira, a duas semanas das eleições legislativas, o Instituto Nacional de Estatística (INE)  anunciou que, a 23 de setembro, atualizaria a base das contas nacionais e faria uma revisão do perímetro das Administrações Públicas para que o défice orçamental do ano passado – atualmente, representa cerca de 0,5% do PIB – fosse revisto em baixa. A causa? Os prejuízos da TAP, que saem das contas do défice. Descontente com esta notícia, o IL avançou: "Assumindo que António Costa não mentiu quando anunciou a recuperação do controlo estratégico da TAP, então está em curso uma manobra de manipulação das contas públicas com efeitos futuros que podem ser graves".

Para justificar a sua posição, o grupo partidário, na voz de Guimarães Pinto, deixou claro que “já tivemos no passado outros casos de governos socialistas a diminuírem artificialmente défices públicos, aproveitando definições erradas do perímetro dessas contas, com as consequências que conhecemos" e que se torna importante que o Governo esclareça "se estava a mentir em 2016 ou se é o INE que está a mentir hoje". Deste modo, o IL defende a saída da TAP da alçada estatal "assim como todas as obrigações financeiras que daí decorrem".