Trump teve “conversa agradável” com Primeira-ministra dinamarquesa

Relações entre os líderes máximos de EUA e Dinamarca estavam afetadas pela polémica sobre a Gronelândia

Donald Trump assumiu ter tido na sexta-feira uma "conversa agradável" por telefone com a Primeira-ministra da Dinamarca, Matte Frederiksen. "Acordámos voltar a falar mais para a frente", revelou o presidente dos Estados Unidos aos jornalistas, garantindo ainda que a iniciativa de encetar diálogo partiu da própria: "Foi ela que ligou para Washington".

A conversa surgiu dois dias depois de Trump ter anunciado no Twitter que decidira cancelar a visita marcada para o início de setembro à Dinamarca, devido à intransigência do Governo do país nórdico em conversar sobre a sua intenção de comprar a Gronelândia. "Achei que a declaração da primeira-ministra sobre a ideia ser um 'absurdo' foi horrível. Bastava dizer que não estão interessados. Foi inapropriado", havia dito então o presidente norte-americano. "Harry Truman teve a ideia, eu tive a ideia, outros tiveram a ideia, mas o tema está presente desde o princípio de 1900. Era uma boa ideia porque a Dinamarca está a perder 700 milhões de dólares por ano com a Gronelândia, e isso não lhes faz bem nenhum, mas bastava dizerem que não, e não dizer que era uma ideia absurda, porque ela não está a falar comigo, está a falar com os EUA, e não se fala com os EUA como quando Obama era Presidente. Pelo menos comigo [na Presidência] não", atirou.

Este sábado, dia em que se iniciou a cimeira das grandes potências industriais (G7) em Biarritz, França, o líder máximo dos Estados Unidos almoçou com Emmanuel Macron, presidente gaulês, com o comércio, o Irão e os incêndios na Amazónia como temas dominantes. "Emmanuel Macron criou as condições para um bom nível de convergência dentro do grupo, obtendo esclarecimentos de Donald Trump sobre os principais temas do G7, o que inclui acordos e desacordos", disse o Eliseu antes da abertura oficial da cimeira.

Após o repasto, que durou duas horas, Trump recorreu ao Twitter para escrever sobre o almoço com Macron. "Há muitas coisas boas a acontecer nos dois países. Um grande fim de semana com outros líderes mundiais", escreveu. De acordo com o Eliseu, Donald Trump "confirmou que não queria uma guerra, mas um acordo" em relação ao Irão, com Macron a apresentar-lhe a opção de permitir a Teerão, "por um período limitado, uma parte do seu petróleo", em troca de regressar ao compromisso de não proceder ao enriquecimento de urânio tendo em vista armas nucleares. Já no que respeita à Amazónia, também foram encontrados "elementos de convergência importantes", de acordo com o Eliseu: "Emmanuel Macron assegurou que não pretende fazer uma política anti-Bolsonaro, mas uma política útil".