Polícia usa canhões de água pela primeira vez em Hong Kong

Violência voltou à antiga colónia britânica.  

Após uma aparente acalmia na antiga colónia britânica durante a semana, a violência voltou a existir nos protestos que têm tomado conta da cidade nos últimos três meses. A polícia de Hong Kong disparou canhões de água pela primeira vez contra os manifestantes, este domingo, para além de terem usado gás lacrimogéneo novamente.

Apesar da chuva intensa,  dezenas de milhares de pessoas levaram os seus guarda-chuvas para o bairro Tsuen Wan, onde entraram em confronto com as autoridades. Por sua vez, a polícia lançou gás lacrimogéneo e virou dois veículos armados com canhões de água para dispersar os manifestantes. Pelo meio da confusão, um agente chegou a disparar um tiro para o ar. A repressão policial voltou à cidade, tendo as autoridades detido pelo menos 27 pessoas este domingo. 

“O que temos visto são marchas pacíficas, com os seus líderes a tentarem receber a aprovação [das autoridades] para realizar essas marchas. Mas pequenos grupos separatistas começaram a bloquear estradas e barricadas”, descreveu Wayne Hay, jornalista da Al Jazeera no terreno. “A polícia avisou que iria entrar e recuperar as ruas, e foi exatamente isso que fizeram”, continuou Hay. “Tivemos uma hora de muito gás lacrimogéneo a ser disparado pela polícia e tijolos a serem atirados [pelos manifestantes] em resposta”, acrescentou.

Em contraste com o retorno da violência à cidade, muitos membros familiares de polícias de Hong Kong reuniram-se noutro ponto da cidade, realizando uma marcha a apelar  aos agentes para serem moderados ao lidarem com os manifestantes e a apoiar uma das reivindicações do protestantes: que seja realizado um inquérito à violência policial dos últimos três meses, avançou o South China Morning Post. O pedido não deixou de causar surpresa uma vez que nem o Governo de Hong Kong querem que o inquérito seja realizado.