Petição contra criação de Museu Salazar desativada após quase 18 mil pessoas dizerem ‘não’

Com assinaturas de personalidades como Pedro Adão e Silva (analista político) e Maria Teresa Horta (escritora), que acreditam que a criação do museu “se prefigura como um centro de romagem para os saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril” e constitui um “ataque aberto à democracia”, conta com uma petição oposta: “Museu Salazar, sim”.

"Os abaixo-assinados, conhecedores do que foi a ditadura do Estado Novo, manifestam, em nome próprio e no da memória de milhares de vítimas do regime – de que Salazar foi principal mentor e responsável – , o mais veemente repúdio pela criação do Museu Salazar, recentemente anunciado pelo Presidente da Câmara de Santa Comba Dão" pode ler-se na descrição da petição 'Museu de Salazar, não!' publicada na plataforma online Petição Pública. Com 17 mil e 720 assinaturas, os promotores da iniciativa decidiram desativá-la "por já ter cumprido o principal objetivo: fazer chegar ao primeiro-ministro o repúdio de cerca de 18 mil antifascistas pela criação de um espaço/museu/memorial em Santa Comba Dão” tal como esclareceram em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.

Com assinaturas de personalidades como Albano Nunes (membro do PCP), Carvalho da Silva (ex-líder da CGTP), Pedro Adão e Silva (analista político), Maria Teresa Horta (escritora), José Barata Moura (antigo reitor da Universidade de Lisboa) e Francisco Fanhais (cantor de intervenção), que acreditam que a criação do museu "se prefigura como um instrumento ao serviço do branqueamento do regime fascista (1926 – 1974) e um centro de romagem para os saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril" e constitui um "ataque aberto à democracia", conta com uma petição oposta: "Museu Salazar sim". 

Com 10 mil e 214 assinaturas, a petição apologista da fundação do edifício na freguesia do Vimieiro defende "a memória histórica de um povo não pode ser apagada porque um minoria ruidosa assim o exige" e o facto de que "apoiando ou não apoiando a obra de Salazar e o que se passou durante o Estado Novo, todos temos o direito de conhecer os factos de forma isenta".