Oposição britânica une-se para adiar Brexit

Corbyn adia moção de censura e prioriza a promoção de legislão que impeça o Brexit sem acordo. 

Os partidos da oposição britânicos uniram-se esta terça-feira para delinear uma estratégia para impedir um Brexit não acordado. O encontro foi preconizado pelo líder do Partido Trabalhistas, Jeremy Corbyn, e teve a presença dos Liberais Democratas, Partido Nacional Escocês, do Partido Verde e do Grupo Independente pela Mudança. Concordaram em tentar passar uma lei que force o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, a procurar um adiamento do prazo de saída da União Europeia. 

 Do encontro saiu uma posição de compromisso. Corbyn, que há umas semanas procurou o apoio dos outros partidos para apresentar uma moção de censura ao Governo de Johnson, e caso esta passasse, o líder trabalhista tornar-se-ia primeiro-ministro, convocando eleições imediatas, adiando o prazo de saída e a realização de um segundo referendo. No entanto, esta terça-feira recuou e aceitou a proposta dos outros partidos, que não estavam convencidos com a sua estratégia.

Na sequência da reunião, Corbyn prometeu que iria apresentar uma “proposta que irá garantir que o Parlamento seja capaz de debater uma forma legislativa de prevenir que o Governo” leve o Reino Unido à falência com a saída não acordada. “A legislação será apresentada por pessoas de todos os partidos da oposição e apoiada por alguns membros conservadores”, garantiu.

Mesmo assim, Corbyn não recuou totalmente na intenção de apresentar uma moção de censura, insistindo que esta era uma opção a explorar simultaneamente: “A prioridade é garantir que não saímos da UE [sem acordo]. E avançaremos com uma moção de censura no momento que escolhermos”. 

“Vamos unir-nos e fazer a coisa certa pelo nosso país”, disse a líder do Grupo Independente pela Mudança, Anna Soubry, “Estamos contra um primeiro-ministro que não tem um mandato para isto e acho que não tem respeito pelo Parlamento”, disparou Soubry. 

A faltar 65 dias para a data prevista para o Brexit, a 31 de outubro, muitos analistas temem que o Reino Unido entre brevemente numa crise constitucional. O Parlamento britânico volta à atividade na próxima semana.