Incêndio. Mais de 300 operacionais combateram as chamas no Sabugal

Um bombeiro ficou ferido na perna durante o combate às chamas. Presidente da autarquia alertou para o problema da escassez de água

As temperaturas altas regressaram e, com elas, o risco elevado de incêndio também se agravou. Esta quinta-feira, as chamas deflagraram no concelho do Sabugal e foram mobilizados mais de 300 homens, apoiados por 97 viaturas e 11 meios aéreos. Um dos bombeiros que combatia o incêndio ficou ferido nas pernas, mas sem gravidade.  O fogo, que começou ao início da tarde, obrigou ao corte da circulação rodoviária da Estrada Nacional 233, que faz a ligação entre a Guarda e o Sabugal.   

O presidente da autarquia do Sabugal, António Robalo, chegou mesmo a admitir que o maior problema no combate às chamas era a falta de água, devido à escassez de água na barragem. “Se houver muitas situações destas tem que haver uma gestão mais sustentável da água da barragem”, disse António Robalo. Nenhuma habitação chegou a estar em risco, já que o incêndio deflagrou, sobretudo, em zonas de pinhal e mato. No entanto, durante a tarde, foram retiradas duas pessoas da povoação de Vila do Touro por precaução.  À hora de fecho desta edição, o incêndio ainda não tinha sido circunscrito e continuavam no terreno 328 homens a combater as chamas. 

O Sabugal era uma das zonas identificadas com risco elevado de incêndio e, para os próximos dias, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) coloca quase todo o território com alerta elevado, muito elevado ou máximo de incêndio. O interior e o sul do país são as zonas onde a atenção deverá ser redobrada, com os termómetros a atingirem os 36 graus em Évora e os 35 graus em Castelo Branco e Beja.   

GNR identificou 451 pessoas O número de pessoas detidas pelo crime de incêndio florestal diminuiu este ano. Desde o primeiro dia de 2019, até ao dia 25 de agosto, a Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve 45 pessoas. Os números avançados ao i pela GNR revelam que, relativamente ao período homólogo, houve uma diminuição – no ano passado, até agosto, foram detidas 89 pessoas. 

Também o número de pessoas identificadas por suspeitas da prática de crime de incêndio florestal diminuiu: este ano a GNR identificou 541 pessoas e, em igual período de 2018 foram identificadas 750.   Menos incêndios e mais operacionais Este ano têm-se registado menos incêndios do que nos anos anteriores. Até ao dia 15 de agosto, os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), dão conta de 7192 incêndios e um total de 26199 hectares de área ardida. É preciso recuar até 2009 para encontrar um total de área ardida tão reduzido.   Além de o número de incêndios e área ardida terem diminuído nos últimos anos, de acordo com os dados do ministério da Administração Interna, o investimento em operacionais e meios de combate aumentou. 

Ao i, a tutela disse que “este ano, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais 2019 conta com o maior número de operacionais bombeiros de sempre”. Entre o período de 1 de junho a 12 de outubro existem 11492 operacionais, dos quais  5729 são bombeiros.  Comparando com os anos anteriores, desde 2015 que os números têm vindo a subir. Há quatro anos havia 9721 operacionais, cerca de duas mil viaturas e 49 meios aéreos. Este ano, além dos operacionais, também os meios de combate disponíveis são mais: 2495 viaturas e 60 meios aéreos.