Brexit. Johnson não pedirá adiamento em “circunstância nenhuma “

Oposição quer adiar Brexit até janeiro de 2020. 

Especulou-se o dia todo que Boris Johnson iria convocar eleições antecipadas esta segunda-feira. Mas em declarações ao país o primeiro-ministro britânico negou essa hipótese e instou para que todos os parlamentares conservadores votassem a favor do Governo na terça-feira, dia em que a oposição irá apresentar uma medida legislativa para adiar a saída do Reino Unido da União Europeia. E disse que não iria adiar o prazo de saída, em nenhuma circunstância. 

"Há cinco semanas atrás falei-vos destas escadas e disse que o Governo não iria estar a vagabundear e que não esperaríamos até ao dia do Brexit  – 31 de outubro – para concretizar as prioridades do povo britânico", salientou Johnson com convicção no início da sua declaração ao país. 

A acompanhar a oposição, alguns parlamentares conservadores poderão votar a favor da legislação que prevê adiar a data do Brexit para 20 de janeiro de 2020. Johnson, que só tem maioria de um parlamentar no Parlamento, reafirmou a sua crença de que obterá um novo acordo com Bruxelas, diferente daquele negociado por Theresa May, no encontro do Conselho Europeu, no dia 17 de outubro. "Eles [UE] conseguem ver que queremos um acordo", disse, defendendo a sua posição negocial: "E conseguem ver que estamos extremamente determinados em reforçar a nossa posição, preparando-nos para sair,  aconteça o que acontecer".

"Mas se há coisa que pode impedir essas negociações, é Bruxelas sentir que não que os parlamentares podem encontrar uma maneira de cancelar o referendo", chutou Johnson desafiando os membros do Parlamento que ponderam votar com a oposição: "Ou que amanhã [terça-feira], os parlamentares votem – com Jeremy Corbyn – para outro adiamento sem sentido". E vincou com determinação: "Quero que toda a gente saiba. Em nenhuma circunstância irei pedir um adiamento a Bruxelas. Vamos sair no dia 31 de outubro, sem 'ses' nem 'mas'". 

A oposição publicou esta segunda-feira o projeto de lei que pretende apresentar na  Câmara dos Comuns. Pedem um uma extensão do prazo de saída até dia 31 de janeiro de 2020. Caso o Parlamento aprove esta legislação na terça-feira, aí sim é esperado que o Governo convoque eleições para dia 14 de outubro, segundo disseram fontes do Governo ao Guardian