Doze trabalhadores portugueses da companhia aérea irlandesa Ryanair receberam uma nota de culpa onde informa que será aberto um processo disciplinar “com intenção de despedimento”.
A companhia aérea alega que estes trabalhadores não terão cumprido os serviços mínimos durante a greve que decorreu entre os dias 20 e 25 de agosto. Além disso, estes 12 trabalhadores foram suspensos “preventivamente” até que o processo disciplinar esteja concluído.
Segundo o Observador, que teve acesso a uma nota de culpa, a Ryanair acusa um trabalhador por “incumprimento dos deveres laborais e faltas de comparência ao trabalho”. “Como tem perfeito conhecimento, os voos para os quais estava convocado naquelas datas foram designados como serviços mínimos pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação”, refere ainda a nota.
Depois de recebida a nota de culpa, o trabalhador tem agora dez dias para responder.
Nova greve
Depois da greve em agosto, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil entregou um pré-aviso de greve para o dia 27 de setembro. “Após o flagrante incumprimento da lei pela empresa, bem como a ineficácia do governo em enquadrar a companhia aérea e garantir direitos laborais portugueses inclusivamente durante a própria greve — sendo um deles a substituição de trabalhadores grevistas –, os trabalhadores decidiram por reiterar seu protesto com a construção duma nova greve”, lê-se no texto publicado no blog do sindicato.
De acordo com o documento, divulgado na mesma página, a direção do sindicato diz que não vê “qualquer fundamento para a fixação de quaisquer serviços mínimos”. Esta afirmação surge depois do que aconteceu na greve de agosto, quando o Governo decretou serviços mínimos que abrangiam os Açores, a Madeira, Berlim, Colónia, Londres e Paris.
O pré-aviso refere que a greve irá arrancar às 00h00 de dia 27 de setembro, terminando às 23h59.