‘Solo’ de Bernardo Sassetti é lançado ainda em setembro

Este mês, sairá o primeiro de nove álbuns inéditos, de Bernardo Sasseti, intitulado Solo. Este inclui gravações feitas pelo pianista português em 2005,nos Açores.  

O conceituado pianista português, que viveu apenas até aos 41 anos, trabalhou não só para o mundo do jazz, bem como do fado, da pop e hip hop. Nos últimos anos da sua vida apresentou-se em piano solo, ou em trio com Carlos Barreto e Alexandre Frazão. Ao falar sobre o seu trabalho a solo, costumava salientar a importância do silêncio. Em duo tocou com o pianista Mário Laginha, com quem gravou “Mário Laginha / Bernardo Sassetti” e “Grândolas”, naquela que foi uma homenagem a Zeca Afonso e aos 30 anos do 25 de Abril.

A Casa Bernardo Sassetti, com o apoio da Direção-Geral das Artes propôs-se a fazer duas edições discográficas por ano, estando ainda por confirmar o lançamento, ainda em 2019 ou inicio de 2020, do registo em álbum da música que Sassetti fez para o conto "A menina do mar", de Sophia de Mello Breyner Andresen, que em 2011 tinha tido narração de Beatriz Batarda.

Solo é um conjunto de canções gravadas durante três dias no Teatro Micaelense, onde parte da seleção foi feita ainda pelo pianista, tendo em conta que alguns dos temas estavam já produzidos pelo próprio. O piano que existia no teatro foi o principal motivo pelo qual Bernardo Sassetti viajou até aos Açores para gravar uma série de canções que não tinham um fio condutor definido. O disco teve o seu pré-lançamento no dia cinco de setembro, no Teatro Thalia, em Lisboa, durante o qual se ouviu o disco acompanhado por projeção de desenho em tempo real pelo ilustrador António Jorge Gonçalves.

No dia 28 de setembro, Bernardo Sassetti será recordado num concerto no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Bruno Pernadas e a sua numerosa banda estarão responsáveis por tocar os temas originais do pianista, que serve de inspiração para a música portuguesa.

Inês Laginha, Diretora artística da Casa Bernardo Sassetti, justifica a escolha de Solo como o primeiro disco a ser lançado, pois este foi o conjunto de músicas mais puro possível, combinando com a personalidade do músico, que se inspirava no silêncio para compor as suas obras.

É de esperar que as restantes obras do artista sejam lançadas ao longo dos anos, apoiadas pela Casa Bernardo Sassetti e por futuros apoios de associações interessadas no espólio do artista.