Rosa Grilo entra em contradição com o amante sobre arma

Arguida tentou enviar carta dissimulada ao amante, dizendo que sabia que este era um dos seus piores receios.

Rosa Grilo, acusada do homicídio do triatleta Luís Grilo (para o que terá contado com o auxílio do amante), voltou ontem a negar a tese da acusação, reafirmando que foram angolanos a matar o marido. A arguida chegou a ser repreendida por se estar a rir, algo que mais tarde a defesa justificou ser um tique nervoso.

Na parte da tarde, Rosa Grilo acabou por entrar em contradição com o que disse o outro arguido sobre a arma do crime. António Joaquim reconheceu como suas as três armas exibidas ontem em tribunal, garantindo não ter qualquer outra. Apesar disso, e de já ter sido referido pela defesa da arguida que os angolanos teriam matado Luís Grilo com uma das armas de António Joaquim, que esta levou para sua casa, o certo é que ontem Rosa Grilo disse não reconhecer nenhuma das armas exibidas.

Já na parte da manhã ficou a saber-se que Rosa Grilo tentou enviar mensagens para António Joaquim de forma dissimulada, quando ambos já estavam detidos e proibidos de falar. Uma das missivas seguiu dentro de uma correspondência de uma reclusa que tinha o namorado detido no estabelecimento prisional onde estava António Joaquim.

“Sei que não é fácil para ti tudo isto, sei que era um dos teus piores receios […] tenho feito tudo o que posso por ti. Tenho muitas merdas para o julgamento”, escreveu Rosa Grilo na correspondência apreendida e ontem revelada. Questionada pelo Ministério Público sobre o teor desta mensagem, a arguida explicou que se estava a referir aos documentos que já juntou ao processo. A acusada também não conseguiu explicar a existência de salpicos de sangue no quarto de visitas, dado que sempre defendeu que os angolanos – que nunca foram localizados – mataram o triatleta entre a cozinha e a sala.

Durante toda a sessão de ontem, a juíza voltou a frisar contradições na tese apresentada pela defesa. Já os advogados dos arguidos consideram que tudo foi esclarecido.

Tratando-se de um julgamento de júri, Rosa Grilo e António Joaquim respondem perante uma juíza e quatro jurados.