Ryanair. Base mantém-se em Faro mas com menos voos e trabalhadores

Companhia aérea justifica decisão com atraso na entrega de 30 aviões.  Trabalhadores dispensados podem ser colocados em outras bases.

A Ryanair chegou a acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal para manter a base em Faro, ainda que mais reduzida, tanto em número de voos como também de trabalhadores. Em comunicado, a companhia aérea low-cost “confirma que chegou a um acordo com a ANA, operador do aeroporto de Faro, que poderá permitir cancelar o encerramento previsto da sua base com três aviões neste inverno”. 

De acordo com a empresa, a base de Faro poderá agora ser reduzida para dois aviões a partir de novembro deste ano e até março de 2020, devido ao atraso nas entregas de perto de 30 aviões Boeing Max à Ryanair. Uma situação que, segundo a mesma, deverá conduzir a uma diminuição de perto de 80 postos de trabalho no pessoal de cabine contratado”.

O mesmo responsável referiu que esta redução pode ser menor, atingindo menos de 50 trabalhadores, “com alguns desses membros das tripulações a assegurar vagas em outros locais da rede da Ryanair na Europa”.

Recorde-se que, em agosto, numa reunião com representantes dos sindicatos, a Ryanair revelou que iria fechar a base de Faro em janeiro de 2020 e despedir cerca de 100 trabalhadores, apesar de manter voos para este aeroporto. A informação acabou por ser confirmada pela empresa, afirmando que “infelizmente as perdas destes trabalhos a contrato são inevitáveis, devido ao atraso na entrega” dos aviões.

Este não era um caso isolado. Quase na mesma altura, a empresa de aviação revelou que iria fechar, em Espanha, as bases Grã Canária, Tenerife Sur, Lanzarote e Girona, cujo encerramento implicará o despedimento coletivo de 512 funcionários. Segundo a companhia aérea, esta decisão estava relacionada com os atrasos na entrega de aviões, com os efeitos do brexit, bem como com a queda de lucros. Na mensagem, a diretora de recursos humanos do grupo, Lisa McCormack, afirmou que a transportadora pretendia “minimizar a perda de emprego” através de “transferências”.

Rota Porto-Lisboa

Ao mesmo tempo, a Ryanair decidiu abandonar a rota entre o Porto e Lisboa a partir de 25 de outubro “por razões comerciais”, disse fonte oficial da companhia aérea, garantindo que continuará a “operar 57 rotas do Porto e 30 de Lisboa”. Esta informação foi ontem avançada pelo Jornal de Notícias que dava conta de que já não era possível marcar voos para o mês de novembro, acrescentando que, em março a empresa já tinha indicado que “a rota doméstica Lisboa-Porto está servida por vários meios, inclusive ferroviário e rodoviário”, considerando “mais importante apostar em rotas para fora, havendo constrangimentos na Portela”.

Já a TAP admitiu, em agosto, que, em 2020 a ponte aérea do Porto para Lisboa iria ganhar “mais uma frequência diária em relação ao verão de 2019”.