Legislativas. “Disputa é entre o PS e a Esquerda”, diz Catarina Martins

Coordenadora do Bloco de Esquerda diz que “o país já deitou fora o programa da Direita”

Catarina Martins afirmou este sábado, no Porto, que "a disputa nas eleições legislativas de 6 de outubro será naturalmente feita entre o PS e a esquerda", justificando essa ideia com uma certeza: "O programa da direita já não serve para o país, Portugal já o deitou fora. Agora, o que conta é saber o que queremos construir. E essa disputa é, naturalmente, feita entre o PS e a esquerda".

Num comício na Praça dos Poveiros, no distrito pelo qual encabeça a lista às legislativas, a coordenadora do Bloco de Esquerda frisou que "se os últimos quatro anos mudaram o país, com mais justiça, dignidade e respeito, foi porque o BE cumpriu o seu compromisso com Portugal", recorrendo à ironia ao abordar uma eventual resposta da direita às reivindicações dos estudantes sobre as alterações climáticas: "Passos Coelho diria talvez aos estudantes para não serem piegas e saírem, quem sabe, do seu planeta de conforto. É por isso que sabemos em que campo se disputam estas eleições".

A líder bloquista lembrou ainda que se mantêm por regularizar "os PREVPAP (programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública) na RTP, nos técnicos especializados, no IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) e na investigação", afirmando considerar que "faliu por completo a política dos pequenos passos individuais na luta contra a emergência climática, de ver quem recicla mais ou quem vai à mercearia". "E também não vai lá com a versão da austeridade verde, porque o planeta não pode ficar à espera de que as empresas poluentes desenvolvam uma consciência – o lucro é sempre mais voraz. O problema é mesmo o sistema de produção, é a nossa economia, e só se resolve com políticas públicas fortes na economia, energia e mobilidade: é isso que propõe o BE", salientou.

"Não vale achar que é taxando mais o gasóleo que o problema do ambiente se resolve. Precisamos mesmo é de transportes públicos e ferrovia em todo o país. Precisamos de nova mobilidade que sirva toda a gente. Precisamos de energia mais limpa que não fique e que diga não ao carvão. Queremos políticas públicas de investimento que respondam à emergência climática, ao mesmo tempo que garantam emprego, habitação e transportes em todo o país", disparou a coordenadora do BE, ressalvando também que, de modo a proteger o ambiente e o clima, Portugal vai precisar de "adaptar o território" e "compreender que o futuro não é a agricultura superintensiva, que degrada os solos ou a água".