Legislativas. Sondagens dão Rio mais perto de Costa

O ressurgimento da polémica das golas antifumo prejudicou António Costa, que recebeu avaliação negativa por parte dos inquiridos

Rui Rio está agora um pouco mais próximo de António Costa na corrida às eleições legislativas do próximo dia 6 de outubro. De acordo com a mais recente sondagem da Pitagórica para o "Jornal de Notícias", a TSF e a TVI, o fosso entre o PS e o PSD reduziu-se, embora ainda haja 14 pontos de diferença (PS com 40,6% dos votos, PSD com 26,6). Curiosamente, os dois partidos subiram nas intenções de voto em relação à última sondagem, realizada na passada segunda-feira: o PS ganhou mais 1,4 pontos percentuais, com o PSD a angariar mais 3,3.

Esta recolha de informação arrancou na terça-feira, um dia após o primeiro frente a frente televisivo entre o presidente dos sociais-democratas e o secretário-geral dos socialistas – onde Rui Rio parece ter saído vencedor. Questionados sobre se mudaram a opinião em relação aos candidatos com as mais recentes notícias ou debates, os inquiridos deram a Rui Rio um saldo positivo de 18,8 pontos percentuais, com António Costa a registar um saldo negativo de 8,4 pontos percentuais. Enquanto decorria o inquérito, recorde-se, o Governo foi abalado pelas buscas policiais no âmbito do processo "Aldeia Segura", relacionado com a polémica das golas antifumo, que acabariam por ditar a demissão do secretário de Estado da Proteção Civil.

Em relação aos restantes partidos, o Bloco de Esquerda continua na terceira posição, com 8,8 por cento dos votos (sendo Catarina Martins a única líder partidária a merecer nota positiva, de 3,8 pontos percentuais, além de Rui Rio). Ainda assim, os bloquistas são o partido que mais caiu: 1,2 pontos percentuais. Segue-se, nas intenções de voto, o PCP-CDU, com 6,8% (desceu de 7,7%), com o CDS-PP a surgir no quarto posto, com 5,2% (5,6% na passada segunda-feira). O PAN aparece em sexto, subindo de 3,2% para 3,6%, com o Aliança a cair para 1,1%. Também o número de indecisos desceu 5,3 pontos percentuais, estando agora nos 22,4%.

A maior parte dos ouvidos (60%) rejeita um governo com maioria absoluta (só cerca de 30% consideram que é desejável), com o PS a ganhar junto dos eleitores mais velhos é o PS; o PSD lidera nos eleitores até aos 44 anos e também entre os que têm rendimentos altos. Em termos regionais, os socialistas lideram em todas as frentes, embora a vantagem sobre o PSD seja maior nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto do que nas regiões Norte e Sul, em que a diferença é de apenas dois ou três pontos percentuais.