PSD perde maioria absoluta

Miguel Albuquerque vai negociar coligação à direita com CDS

É o fim de uma Era. Ontem, o PSD perdeu a histórica maioria absoluta na Madeira. Desde que  os madeirenses começaram a votar, em 1976, esta é a primeira vez que os sociais-democratas perderam a maioria na Assembleia Legislativa da região Autónoma da Madeira.

Além disso, os resultados revelam para uma vitória suada dos sociais-democratas, com o PS à espreita.

Dos 47 deputados, o PSD conseguiu eleger 21 parlamentares, com 39,4% dos votos. Menos três deputados face às últimas regionais.

O PS conseguiu o melhor resultado de sempre na Madeira mas, ainda assim, não foi suficiente para tirar os sociais-democratas do poder. Os socialistas conseguiram 19 deputados e contaram com 35,7% da votação. Mais do triplo do número de deputados que conseguiram eleger em 2015, nas últimas eleições, passando para a segunda força política da região autónoma. 

O CDS elegeu três parlamentares tendo 5,76% dos votos. Uma queda para os centristas que em 2015 tinha sete parlamentares, passando, desta forma, para a terceira força política na Assembleia Regional. O resultado do CDS ficou pouco acima do resultado do Juntos pelo Povo (JPP) que elegeu três deputados com 5,46% da votação.

Os resultados apontaram ainda para uma queda do PCP e do Bloco de Esquerda. Os bloquistas perderam os dois deputados eleitos e os comunistas passaram de dois apenas para um deputado eleito, com 1,80%.  Estes resultados confirmam as sondagens divulgadas nos últimos dias, desenhando uma bipolarização do parlamento da Assembleia Regional.    

Com este cenário, caso o PSD queira formar governo com maioria terá de se coligar com o CDS. Rui Barreto não fechou a porta a negociações, mas garantiu que não vai para o Governo “a qualquer preço”. O PSD acredita que conseguirá o apoio dos centristas para governar nos próximos quatro anos.

Os socialistas conseguiram o melhor resultado de sempre na região da Madeira e festejaram o fim das maiorias absolutas do PSD. Ana Catarina Mendes, assim que foram conhecidas divulgadas as primeiras projeções, disse, na sede nacional do partido, que “acabou o poder absoluto na Madeira e é esse dado que deve ser sublinhado”. Apesar da derrota, a secretária-geral adjunta do PS destacou que “acabou, ao fim de 43 anos, o poder absoluto na região autónoma da Madeira e isso é um bom sinal”.