Der Spiegel compara estabilidade portuguesa com aldeia de Astérix ao analisar mandato de Costa

Revista alemã faz ode ao primeiro-ministro português e ao seu Executivo.

Der Spiegel compara estabilidade portuguesa com aldeia de Astérix ao analisar mandato de Costa

A revista alemã Der Spiegel fez uma avaliação do Governo português e do "simpático Senhor Costa". O artigo fala em "receita" da governação do "socialista confiável" e compara a estabilidade portuguesa à aldeia de Astérix. A comparação já tinha sido feita pelo próprio primeiro-ministro numa entrevista ao jornal Expresso.

A publicação alemã começa por referir Costa “de bom humor, com uma visão ligeiramente irónica, através dos seus olhos castanho-escuro, atrás dos seus óculos sem armação". "O simpático 'Senhor Costa', com o seu governo de minoria socialista, tolerado pelos comunistas e pelos bloquistas, resistiu durante quatro anos – "um feito que dificilmente alguém esperaria que ele atingisse”, lê-se ainda.

A Der Spiegel sublinha também as diferenças entre o caso português e o espanhol. "Enquanto em Espanha, o país já foi a votos mais vezes do que aquelas que foi governado, Costa concretizou um mandato bem-sucedido e quer ser reeleito a 6 de outubro. As suas hipóteses de ser escolhido são altas, com sondagens a indicarem 38% dos votos, mais do que os conseguidos há quatro anos", refere a revista.

O artigo continua o seu tom elogioso e recorda que quando António Costa chegou ao poder vivia-se no país um clima de austeridade, marcado pelas exigências da troika, devido ao empréstimo de 78 mil milhões de euros.

"Desde então, Costa provou ser um dos poucos socialistas na União Europeia que conseguiu mitigar a austeridade, gerar crescimento e ainda atender às condições do Pacto de Estabilidade e Crescimento".

Nem o ministro das Finanças é esquecido na ode ao primeiro-ministro e ao Executivo português. É a António Costa, mas também a Mário Centeno que é atribuído o mérito à recuperação “da confiança dos portugueses”.

"Ele manteve o curso das políticas económicas do governo anterior, cedendo à esquerda em alguns aspetos: salário mínimo, reformas e ordenados dos funcionários públicos para transmitir que a era da austeridade tinha terminado. Ao mesmo tempo, reduziu a despesa pública", é ainda frisado no texto.

Até o antigo ministro das finanças alemão (2009 a 2017), Wolfgand Schäuble, que "inicialmente desconfiava do colega", considerou Centeno o "Ronaldo" do Eurogrupo, lembrou a Der Spiegel.