Começou hoje julgamento dos suspeitos de explorarem portugueses em Espanha

Entre as vítimas conta-se uma jovem menor de idade

Começou hoje o julgamento de seis homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 24 e os 58 anos, acusados de tráfico de pessoas para exploração laboral e detenção de arma proibida. O julgamento tem lugar no Tribunal de Coimbra e os crimes terão acontecido em território espanhol.

Os seis arguidos terão conduzido este crime entre 2012 e o final do ano passado, altura em que a Rede foi desmantelada. O Ministério Público acusa os suspeitos de “enganar cidadãos portugueses com promessas de emprego bem renumerado em Espanha”.

Segundo a acusação, as vítimas “eram levadas contra a sua vontade e, com recurso à força física, obrigadas a trabalhar em explorações agrícolas”. Aí permaneciam em cativeiro, trabalhando para esta Rede sem qualquer tipo de condições monetárias ou contribuição monetária.

A operação de desmantelamento desta Rede consistiu num trabalho de cooperação entre a Guardia Civil espanhola e a Polícia Judiciária (PJ) portuguesa. Com o nome de LUSAR, a operação e estas duas forças policiais da Península Ibérica foram coordenadas pela Eurojust – uma das agências da União Europeia que se foca em questões judiciais ocorrentes nos Estados Mebros da UE.

Este trabalho conjunto da Guardia Civil e da Pj culminou com o desmantelamento desta Rede em novembro passado, com buscas, domicilárias e não domiciliárias, tanto em território nacional – Covilhã, Belmonte e Santa Comba Dão – como em território espanhol – na zona de Segóvia, região de Castela e Leão, centro de Espanha.

Com recurso a mandados de detenção europeus e nacionais emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação penal de Coimbra foram detidos cinco portugueses no total, dos quais um deles se encontrava em território espanhol.

Com o desenrolar da operação, para além destes cinco portugueses, as autoridades conseguiram identificar outro arguido, perfazendo os seis que se encontram agora a ser julgados no Tribunal de Coimbra. 

Para além dos seis arguidos, a operação permitiu ainda identificar o número total de vítimas afetadas por esta Rede que lhes prometia emprego bem renumerado em Espanha. No total, foram 30 as pessoas traficadas. Entre as quais constava uma menor de idade, uma adolescente de 16 anos.

Na sequência da operação e de várias denúncias as vítimas foram libertadas.