Trump admite ter pedido retenção da ajuda militar à Ucrânia

O facto de Trump ter discutido sobreum adversário político com um líder estrangeiro estrangeiro está a agitar os corredores de Washington. 

O chefe da Casa Branca, Donald Trump, confirmou, esta terça-feira, que pediu ao seu chefe de gabinete, Mick Mulvaney, para reter 400 milhões de dólares (363 milhões de euros) em ajuda militar, uma semana antes de ter pressionado por chamada telefónica o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar o ex-vice-Presidente, Joe Biden. Mas justificou o pedido por considerar que os EUA estavam contribuir mais para o país de leste do que as outras nações europeias. 

“Foi sempre a minha queixa, e reteria-a [a verba] de novo e continuarei a fazê-lo até que a Europa e outras nações contribuam para a Ucrânia, porque não o fazem”, confirmou Trump a notícia do Washington Post aos repórteres, na Assembleia Geral das Nações Unidas. 

O caso tem dado que falar nos EUA desde que foi avançada a notícia, na passada sexta-feira, que Trump terá pedido várias vezes a Zelensky para investigar se Joe Biden teria abusado da sua posição como vice-Presidente da administração de Barack Obama, para beneficiar o seu filho, que esteve envolvido em negócios no país de leste. Mas acontece que Biden é o candidato favorito a enfrentar Trump nas eleições presidenciais de 2020.  

O chefe da Casa Branca admite ter falado sobre Biden durante a chamada, que ocorreu a 25 de julho, mas descartou as alegações. “Quando virem a chamada, quando virem a leitura da chamada, o que eu suponho que poderão fazê-lo a certo ponto, a chamada foi perfeita, não poderia ter sido melhor”, sublinhou Trump.

O facto de Trump ter discutido sobre um adversário político com um líder estrangeiro está a fazer mexer os corredores de Washington. 

Cada vez mais democratas apoiam o impeachment do Presidente, algo que a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, tem tentado evitar a todo o custo. Esta segunda-feira, sete congressistas da ala centrista puseram pressão em Pelosi, defendendo que caso se confirme o caso, é matéria para destituir o Presidente e que não chegam a essa conclusão de “ânimo leve”, num artigo de opinião no Washington Post

Hunter Biden esteve na direção de uma empresa de gás natural ucraniana, a Burisma, durante cinco anos. O dono da empresa tem estado sob o escrutínio dos procuradores ucranianos devido a um possível abuso de poder e enriquecimento ilícito. Na altura que o seu pai era o número dois de Obama, tentou depor o procurador ucraniano por não ser suficientemente duro contra a corrupção.