André Ventura defende que cargo de primeiro-ministro não deveria existir

O sistema presidencial que o líder do partido Chega defende “tem a vantagem de ser mais barato, mais claro, e mais transparente na distribuição de poder”.

André Ventura admitiu, esta sexta-feira, que defende a “extinção da figura do primeiro-ministro”. Em entrevista ao jornal Público, confessou que a proposta que defende surge “numa lógica de presidencialismo”, onde a figura orientadora da política geral do Estado passaria a ser o Presidente da República, que, apesar de ser eleito “com uma legitimidade reforçada, por eleição direta e maioritária” é, na sua visão, “um corta-fitas”. A formação de uma “gerigonça” representa o oposto e, mesmo por isso, defende que o cargo que António Costa ocupa deveria ser extinto.

O sistema presidencial que o líder do partido Chega defende “tem a vantagem de ser mais barato, mais claro, e mais transparente na distribuição de poder”, já que as pessoas passariam a votar naquela que seria a figura mais alta do Estado. Ao Público, confessa mesmo que esta é a opção mais democrática, já que as eleições presidenciais portuguesas levam a “estar em apresentações, fazer apelos do sofá para o Governo e para instituições”. A reforma total do Estado assume, no fundo, “um presidencialismo com muito menos custos para o contribuinte”.

Apesar de mostrar certezas quanto à funcionalidade do sistema que o partido Chega decidiu defender, André Ventura “está aberto a discussão” quanto à quantidade de mandatos que seria possível essa nova figura de Governo e Estado assumir. “Em princípio teria dois mandatos”, mas relembra que o essencial é a diminuição da corrupção, o clientelismo e a permeabilidade dos poderes públicos.

Também a redução dos números de deputados da Assembleia da República para 100, a reintrodução da prisão perpétua para crimes mais graves, a castração química dos pedófilos e a existência de uma taxa única de IRS são algumas das ideias que André Ventura defende quando questionado sobre que outras mudanças introduziria caso fosse eleito.