Irmã de Puigdemont acusada de reunir com terroristas

Anna Puigdemont assegurou que à data da suposta reunião estaria no hospital com o seu pai. Madrid quer “criminalizar todo o independentismo” catalão, acusou Carles Puigdemont

Nas vésperas do aniversário do referendo à independência da Catalunha, os media espanhóis tiveram acesso à indiciação dos sete independentistas catalães acusados de terrorismo pelo Ministério Público. Nos documentos – supostamente sob segredo de justiça – é mencionada uma alegada reunião entre cinco dos detidos e Anna Puigdemont, irmã do ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont. O objetivo seria estabelecer comunicações seguras entre Puigdemont – exilado na Bélgica – e o seu sucessor, Quim Torra, segundo a rádio Cadena SER. 

Entretanto, Anna negou as acusações, assegurando em comunicado que é “materialmente impossível” ter participado na alegada reunião secreta, dado que à data – 15 de setembro de 2018 – estaria no hospital com o seu pai, que foi operado no dia anterior. “Esta campanha de criminalização e descrédito tem como objetivo final tentar prejudicar o meu irmão, para convencer as autoridades belgas a entregarem-no”, afirmou.

Desde a semana passada que os líderes independentistas têm estado sob críticas dos defensores da unidade de Espanha, após a notícia da prisão de sete membros das chamadas Equipas de Respostas Tática (ERT), acusados pelo Ministério Público de planearem atentados e de fabricar explosios. A justiça espanhola descreveu as ERT como uma ala violenta dos Comités de Defesa da República (CDR), um conjunto de comités locais que defende o direito a votar a independência da Catalunha. 

Após a detenção dos alegados terroristas independentistas, a líder do Ciudadanos na Catalunha, Lorena Roldán, decidiu apresentar uma moção de censura contra Quim Torra, falando numa “semana negra” do “separatismo”. Face às exigências do Ciudadanos para que condenasse os independentistas presos, Puigdemont já respondeu que o objetivo das acusações é “criminalizar todo o independentismo”.

Numa videoconferância a partir da Bélgica, para um comício do seu partido, o Junts per Catalunya, o ex-presidente catalão lembrou a resposta “serena” dos independentistas face às “violentas” cargas policiais efetuadas durante o referendo.