Parpública. Prejuízos da TAP preocupam holding do Estado

Parpública apresentou lucro de 46,5 milhões no primeiro semestre do ano, uma melhoria face ao prejuízo de 8,4 milhões registado em 2018.

Os resultados da TAP – que fechou o primeiro semestre do ano com prejuízos de 120 milhões de euros, quando em igual período do ano passado tinha registado perdas de 90 milhões de euros – preocupam o presidente da Parpública. Miguel Cruz garantiu ontem que a holding do Estado está a acompanhar “com grande preocupação” os resultados da sua participada TAP, embora reconheça a sazonalidade do negócio e o contexto difícil do setor.

Para o segundo semestre de 2019, a Parpública alertou que “a magnitude dos prejuízos” da TAP registados em 2018 e no primeiro semestre deste ano impõe a “necessidade de aprofundar os mecanismos de acompanhamento estratégico e de partilha de informação de gestão com o objetivo de recolocar a companhia numa trajetória de resultados positivos e de dar continuidade a uma evolução operacional positiva”, acrescentando que tal é “desejável” e “possível” devido “aos investimentos entretanto efetuados, os quais possibilitaram à TAP obter importantes ganhos de eficiência e expandir-se para novos mercados”. 

O responsável reconhece, no entanto, que é necessário ter em conta a forte sazonalidade no negócio do transporte aéreo, que justifica que os resultados do primeiro semestre sejam normalmente piores do que os anuais, a que acrescem os “sinais positivos” que parecem apontar para uma melhoria operacional, sobretudo nos meses do verão, num contexto particularmente complexo para o setor. 

De perdas a lucros

Este alerta em relação à TAP foi feito no mesmo dia em que a Parpública apresentou os resultados, passando de prejuízo a lucro de 46,5 milhões de euros até junho. Trata-se de um aumento de 50 milhões de euros face a igual período do ano passado com a aplicação dos mesmos critérios contabilísticos, revelou em comunicado. “Verifica-se assim uma melhoria muito significativa do resultado consolidado, a qual teve origem, no essencial, na própria Parpública e nas empresas do Grupo AdP [Águas de Portugal], sendo, no entanto, de sublinhar que todos os segmentos das atividades operativas apresentam resultados positivos, tal como havia já acontecido em 2018”, refere a empresa.

Para Miguel Cruz, “o crescimento dos resultados traduz uma evolução muito favorável do desempenho das várias empresas do grupo, onde todos os segmentos de negócio registam resultados positivos e, no essencial, superiores aos do primeiro semestre de 2018”, afirmou.

O aumento dos resultados do grupo foi, em grande medida, influenciado pelos efeitos positivos da redução do seu endividamento, que mantém uma trajetória de forte redução, tendo diminuído, neste triénio, de 3,6 mil milhões no início de 2017 para 2,7 mil milhões no início de 2018, 2,2 mil milhões no início de 2019 e 1,5 mil milhões no final do primeiro semestre de 2019.

Recorde-se que no universo da Parpública estão as participações na TAP, Galp, Águas de Portugal, Estamo, Florestgal, Companhia das Lezírias, Baía do Tejo, Inapa, Sagesecur, Lisnave e Imprensa Nacional Casa da Moeda, entre outras.