Homem de 30 anos fingia ser veterinário para adotar cães e depois os matar

O caso ocorreu na Marinha Grande, em Leiria. 

Um homem de 30 anos, residente na zona da Marinha Grande, em Leiria, está a ser investigado por provocar a morte a cães e gravar vídeos onde mostra os animais a sofrer.  O homem, identificado como R.P., está a ser acusado por diversas associações de defesa de animais de se fazer passar por um veterinário e por um treinador canino para conseguir adotar cães, para mais tarde os matar.

Depois de ter a guarda dos animais, o homem fazia vídeos com os cães, onde os maltratava ou onde os mostrava  já mortos, e partilhava as imagens nas redes sociais. Dois vídeos, que já não se encontram disponíveis nas redes sociais, mas a que o Jornal de Leiria teve acesso, mostram um cão em sofrimento e o homem simplesmente a olhar para ele e a observá-lo a retorcer-se de dores. Em outro vídeo, o falso veterinário mostra um cão, que aparenta já estar morto, e vira-o de um lado para o outro. 

A APAMG — Associação Protetora de Animais da Marinha Grande declara que a situação é de "extrema urgência". A associação desconhece o número total de animais que morreram nas mãos do acusado, no entanto tiveram acesso a várias conversas entre o homem e pessoas que tinham cães, onde o falso veterinário mostrava interesse em adotar os animais.  “Estamos perante uma pessoa que adota animais, que ‘lhe morrem nas mãos’ (segundo ele) e, em vez de procurar ajuda imediata, filma e envia vídeos dos mesmos”, denunciou a associação, no passado dia 16 de agosto, na PSP dos Marrazes, em Leiria.

Uma voluntária da associação, Céline Henriques, que já tinha apresentado queixa contra o homem em julho deste ano, por burla, falsa identidade e ameaça com arma branca, decidiu investigar o caso e entrou em contacto com familiares de R.P e com a sua ex-namorada.

Segundo a ex-companheira do falso veterinário, a atitude de R.P não é nova e o homem chegou mesmo a receber acompanhamento especializado enquanto vivia na Alemanha, com a ex-namorada. Esta chegou a apanhar o homem a injetar insulina num cão, que só conseguiu sobreviver por ter sido assistido por um veterinário. A mulher apresentou queixa contra o companheiro em Berlim e rapidamente terminou a relação.