Compra TVI. Cofina aumenta capital em 85 milhões de euros

Grupo de Paulo Fernandes informa que o objetivo desta operação é financiar a compra da dona da TVI, a Media Capital.

Já é oficial: a Cofina vai aumentar o capital social estimado em 85 milhões euros destinado ao financiamento parcial da Operação Pública de Aquisição (OPA) sobre a Media Capital, que tinha sido anunciada no passado mês de setembro e que envolve um valor de 255 milhões de euros.

O anúncio foi comunicado ontem pela empresa liderada por Paulo Fernandes à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM), onde a Cofina explica que “divulgará ao mercado as informações legalmente exigidas relacionadas com a aprovação pelos órgãos competentes e a realização do referido aumento de capital, quando se encontrarem definidos os termos e condições em que será proposto à assembleia geral”.

Recorde-se que a compra da Media Capital pela Cofina está a ser assegurada pela Clearwater International, fundada pelo socialista José Lemos. A notícia, avançada pelo Expresso, foi mais tarde confirmada pelo i junto de fonte oficial da empresa liderada por Paulo Fernandes, afastando desta operação os seus ‘parceiros’ tradicionais, como é o caso da Caixa Geral de Depósitos. O i sabe que, a operação vai ser financiada por dois bancos: Santander Portugal e Société Générale. 

O que é certo é que, depois de a Cofina ter anunciado que tinha chegado a acordo com a Prisa, já começou a contagem decrescente para a dona do Correio da Manhã requerer à CMVM o registo da Oferta Pública de Aquisição sobre a Media Capital. O prazo termina a 11 de outubro.

O grupo a que pertence o Correio da Manhã diz que a compra da TVI se enquadra “na visão que a empresa tem para os media e afigura-se como aquela que melhor é capaz de garantir o seu crescimento e a sua sustentabilidade”, declararam em comunicado. 

Esta é a terceira tentativa de venda da Media Capital. Em 2009, a Ongoing tentou adquirir 35% do capital do grupo por 450 milhões de euros. A operação acabou por ser chumbada, pois o grupo liderado por Nuno Vasconcelos já tinha uma participação na Impresa, concorrente direto da Media Capital.

Em 2017, a Altice ofereceu pela dona da TVI 440 milhões de euros, mas o negócio acabou por esbarrar na demora das autorizações da AdC. Aliás, a empresa liderada por Alexandre Fonseca já reagiu a esta compra ao garantir que vai estar atento à compra da Media Capital pela Cofina, mas promete não “estorvar”. No entanto, como cidadão admite que está “triste por o país perder 200 milhões de euros” no mesmo negócio. “É muito dinheiro. Não podemos dar-nos ao luxo de perder 200 milhões de euros só porque alguma entidade não teve capacidade de esse pronunciar”, garantiu Alexandre Fonseca, num encontro com jornalistas. “É uma convergência aparentemente estritamente no setor dos media e aí não somos um player ativo ainda, pelo menos de relevo”, referiu o CEO da operadora, mostrando-se interessado e disponível em entrar no negócio dos media em Portugal. 

Alexandre Fonseca lamentou ainda o desfecho da sua operação, considerando que “o projeto não foi compreendido”, o que levou a retirar a oferta passado um ano.