“Não há governos com mãos livres, mas também não há governos com mãos atadas”

Discurso de Costa no ultimo dia da campanha marcado por alertas.

“Não há governos com mãos livres, mas também não há governos com mãos atadas”

O secretário-geral do PS e atual primeiro-ministro esteve, esta sexta-feira, no tradicional almoço de último dia de campanha na cervejaria Trindade, em Lisboa, onde deixou alguns recados, uns dirigidos aos eleitores e outros aos adversários.

António Costa rejeitou o sentido da expressão um ‘Governo com mãos livres’, que Jerónimo de Sousa tem repetido ao longo da campanha para apelar ao voto nos comunistas retirando hipóstese de o PS ter maioria absoluta, e somou-lhe um aviso.

"Felizmente, em democracia, podemos contar com o escrutínio de uma comunicação social livre, podemos contar com uma justiça independente, podemos contar com a fiscalização de uma Assembleia da República plural e com um Presidente da República com competências próprias e sempre atento”, começou por dizer. “Não há governos com mãos livres, mas também não há governos com mãos atadas", alertou.

"A questão”, continuou Costa, “é saber se ficamos com as mãos atadas, ou com a força e a capacidade necessária para cumprir o programa com que nos apresentamos aos portugueses. É preciso um governo de legislatura e não um governo de prazo contado só para os próximos dois anos".

O líder socialista, já depois de receber uma longa ovação, sublinhou que é preciso “um Governo que seja capaz de ouvir, seja capaz de negociar e chegar a acordo, mas também seja capaz de dizer não sempre que for necessário dizer não em nome do interesse nacional".

Costa fez ainda questão de dizer: "Os portugueses sabem que comigo e com o PS não haverá radicalismos, mas sabem também que comigo e com o PS não voltaremos a andar para trás nos resultados que conquistámos ao longo dos últimos quatro anos".