“Os portugueses votaram na geringonça”

António Costa garante que está disponível para renovar acordos. PAN e Livre também vão ser chamados para a mesa das negociações. Socialistas não fecham a porta  a governar sem acordos escritos. 

O PS venceu, mas não conseguiu a maioria absoluta. António Costa não perdeu tempo e anunciou, logo no início do seu discurso, que tenciona “renovar a solução política que os portugueses querem que tenha continuidade”, mas não deixou de fora o PAN e o Livre.

“Os portugueses votaram na geringonça e desejam a continuidade da atual solução política”, afirmou o secretário-geral do PS. Costa garantiu que o PS vai “empenhar-se em construir uma solução estável”, porque “os portugueses gostaram da geringonça”.

O_PS saiu reforçado destas eleições e também com mais alternativas para negociar. O_PS vai em breve abrir as negociações com os parceiros desta legislatura (PCP e Bloco de Esquerda), mas também com o PAN, que ganhou mais peso, e com o Livre, que elegeu, pela primeira vez, um deputado para a Assembleia da República.

“Era desejável renovar esta solução”, repetiu Costa, depois de ter sido confrontado com as exigências dos bloquistas e do PCP para assegurarem uma solução estável para os próximos quatro anos.

Jerónimo de Sousa fechou a porta a acordos escritos, como aconteceu na última legislatura. Catarina Martins mostrou-se disponível para renovar o acordo com o PS, mas também para “realizar negociações ano a ano para cada orçamento”.

Costa também não fechou a porta a seguir um caminho diferente desta legislatura, ou seja, a não promover acordos escrotos. O líder socialista garantiu que o PS não vai “atirar a toalha ao chão” e, se não houver disponibilidade para novos acordos, “temos de prosseguir e trabalhar no dia a dia para manter a estabilidade”. E mais: “Cada um assumirá as suas responsabilidades”.

“grande vitória” A primeira reação dos socialistas surgiu poucos minutos depois das projeções das televisões. Ana Catarina Mendes falou numa “grande vitória” e garantiu que existem condições para “um Governo estável liderado pelo PS”.  A secretária-geral adjunta destacou também a “derrota histórica da direita”.

Pedro Nuno Santos e Duarte Cordeiro, da ala esquerda do PS, apontaram, logo no início da noite eleitoral, para a continuidade dos acordos à esquerda, mesmo com outros contornos. Nuno Santos, antes de os resultados serem conhecidos na totalidade, defendeu que os últimos quatro anos correram bem e, por isso, “não há nenhuma razão para que isso não aconteça nos próximos quatro anos”.

Também Duarte Cordeiro considerou que a geringonça “teve resultados muito positivos” e que o PS não “pode ignorar todos os partidos que estão disponíveis para contribuir para uma solução política para o futuro”.