Presidente da Câmara do Porto diz que problema da droga “está por todo o lado” na cidade

Autarca reforçou a disponibilidade para financiar salas de consumo, mas coloca algumas reservas.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, tornou esta segunda-feira a mostrar a preocupação com o consumo de droga na cidade. Na reunião do Executivo, o autarca afirmou que o problema da droga já não é apenas exclusivo dos bairros na proximidade do bairro do Aleixo – desmantelado este ano e um dos principais pontos de tráfico na cidade – e está agora “por todo o lado”. 

“Hoje a situação na cidade é diferente. Não é na proximidade do Aleixo apenas. É no Viso, é em Ramalde do Meio, é em Francos, é no Cerco, é no Centro Histórico, é em todo o lado”, explicou o autarca, que tem vindo a frisar o problema da droga no município e defendeu na semana passada a criminalização do consumo na via pública.

Rui Moreira referiu que considera que a toxicodependência deve ser tratada como doença, mas que as outras pessoas são também uma preocupação. Por isso mesmo, a Câmara Municipal do Porto colocou esta segunda-feira à disposição do Ministério da Administração Interna (MAI) o sistema de videovigilância de tráfego da cidade para questões de segurança ou investigação, como é o caso do combate ao consumo e tráfico de droga. 

Quanto à existência de salas de consumo para os toxicodependentes, medida que tem vindo a ser falada nos últimos meses, o autarca reforçou que a Câmara do Porto está “disponível para pagar parte significativa do custo desse instrumento”. No entanto, aponta lacunas na medida, uma vez que considera “estar a investir centenas de milhares de euros” – no mês passado o vereador Fernando Paulo terá garantido que este financiamento teria uma verba camarária de cerca de 400 mil euros – para que “as pessoas possam estar cá fora, na amena cavaqueira, e consumir se lhe apetecer”.

Em resposta ao vereador do PS Manuel Pizarro, que contestou o cenário de criminalização, Rui Moreira manteve a ideia: “se não fizermos nada, as portas das escolas são uma sala de consumo assistido ao ar livre, e eu não quero isso”, sublinhou.

Esta segunda-feira, a autarquia anunciou a instalação de 110 câmaras de videovigilância novas, que, de acordo com Rui Moreira, “basta o MAI querer” e poderão ser utilizadas no combate à criminalidade organizada. Os bairros Pinheiro Torres e Pasteleira Nova terão estes equipamentos.

Até ao final do ano, 90 câmaras deverão estar instaladas, com um valor que ultrapassa os 200 mil euros, ficando apenas a faltar a substituição de 68 câmaras e a instalação de 20.