Bancos concederam 975 milhões para crédito à habitação só em agosto

Banca deu mais de 31 milhões por dia para compra de casa. Crédito ao consumo recuou. 

Só em agosto, os bancos concederam 975 milhões de euros para crédito à habitação. Feitas as contas dá cerca de 31,4 milhões de euros por dia.  Trata-se do montante mensal mais elevado em mais de um ano – em junho de 2018, a banca tinham emprestado 990 milhões de euros. Os dados foram revelados pelo Banco de Portugal e indicam que, nos primeiros oito meses do ano, já foram concedidos quase sete mil milhões de euros para a compra de casa.

Já em relação ao crédito ao consumo foram concedidos 466 milhões de euros em crédito ao consumo, menos 49 milhões de euros que o valor financiado em julho, altura em que tinham sido concedidos 515 milhões de euros. 

Em relação ao crédito para outros fins subiu de 183 para 186 milhões de euros, um aumento de 1,6% face a julho, mas uma subida de 36,8% quando comparado com os valores que foram emprestados em agosto de 2018.

Ao contrário do crédito concedido às famílias, os empréstimos destinados às empresas recuaram em agosto. O setor bancário financiou 2604 milhões de euros às empresas, um valor que ficou abaixo dos 3312 milhões de euros emprestados em julho.

Travões

Os novos recordes surgem mais de um ano depois de terem entrado em vigor as novas recomendações do Banco de Portugal que têm como objetivo limitar a concessão de crédito por parte das instituições financeiras de forma a que as famílias apenas gastem metade do seu rendimento com empréstimos bancários e também que os bancos não assumam riscos excessivos nos novos créditos, garantindo que os clientes tenham capacidade de pagar as dívidas. 

Estas limitações surgiram depois de o banco central ter admitido em junho passado, no Relatório de Estabilidade Financeira, que havia “alguns sinais” de sobrevalorização dos preços do imobiliário, embora limitados. 

Para já, estas regras são apenas uma recomendação – ainda que os bancos que não as cumpram tenham de se explicar –, mas o governador do Banco de Portugal tem admitido que se os bancos não as respeitarem, poderão passar de recomendações a ordens vinculativas.