Tancos. O telefone seguro e os emails que comprometem Azeredo

Vasco Brazão e Luís Vieira mantiveram sempre o ministro informado, entregando-lhe um memorando em agosto e outro em outubro. Enquanto negociavam com os ladrões, iam enganando os jornalistas.

Emails trocados entre o coronel Luís Vieira, diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), e o inspetor-chefe da instituição, major Vasco Brazão, há cerca de dois anos, pouco após o “achamento” do armamento roubado em Tancos no início do verão de 2017, desmentem as insistentes alegações do ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, de que desconhecia a encenação preparada com os ladrões para a recuperação do material furtado.

Com efeito, embora Azeredo Lopes, alegando estar no Porto, tenha garantido não ter marcado nem estado presente na reunião de 20 de outubro de 2017, organizada no Ministério da Defesa, onde os responsáveis da PJM entregaram ao seu chefe de gabinete um memorando narrando o que se passara, as comunicações eletrónicas entre Vieira e Brazão indicam que, na véspera desse dia, os dois oficiais preparavam documentação exaustiva sobre a ocorrência para enviar ao ministro por via digital segura, através da aplicação WhatsApp. Na véspera, já sabiam que iam conseguir falar com o ministro, referindo inclusivamente que tal contacto ia ser feito através de um telefone seguro.

Os homens da PJM contrariam também a versão de Azeredo Lopes de que nunca lera o memorando que entregaram no seu gabinete, já que os elementos que Vieira lhe terá enviado por WhatsApp terão sido basicamente idênticos, segundo o relatório final da Polícia Judiciária.

Leia aqui na íntegra a notícia avançada pelo jornal i esta quinta-feira.

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