“Nada se assemelha à perda de um filho, muito menos uma filha tão incondicionalmente amada”

Mãe de Noa Feteira deixou um longo desabafo após a morte da bebé, que aguardava a toma do Zolgensma nos próximos dias.

Vânia Feteira, mãe de Noa Feteira, a bebé de 13 meses que esta quarta-feira morreu devido à Atrofia Muscular Espinhal(AME) – a mesma doença de Matilde -, utilizou as redes sociais para deixar um longo desabafo após a morte da menina.

“Perdi a minha princesa das fitinhas, a minha meiga e doce Noa. Nada se assemelha à perda de um filho, muito menos uma filha tão incondicionalmente amada, tão profundamente desejada e tão detalhadamente planeada. Não tenho palavras para justificar, não tenho forças para criticar, ou capacidade para indagar, apenas sei dizer que isto não podia ter acontecido, não à  Noa, não a nós, tínhamos um mundo de conquistas e vitórias pela frente , e de repente a vida decidiu derrubar-nos de vez ao chão”, começou por escrever no Facebook, na página destinada a angariar fundos para suportar os custos da doença.

“Teríamos hoje uma reunião com os médicos para discutir a resposta do Infarmed ao Zolgensma, mas a essa mesma hora, deixámos a morgue do hospital. Quão irónica é a maldita da vida?”, questionou, recordando assim que Noa se preparava para tomar o medicamento, conhecido como o mais caro do mundo, nos próximos dias.

“A Noa é uma menina feliz, sorridente e marota…sê-lo-á sempre, sempre, sempre. Meu amor, viverás para sempre no meu coração, todos os dias te pegarei ao colo, todos os dias cantarei para ti, te beijarei de bom dia e boa noite, todos os dias te contarei as histórias encantadas que tu adoras. Há que encontrar forças para conseguir enfrentar os próximos dias, assim me dizem; mas não vou mentir, não sei como, ou sequer se quero, enfrentar os próximos dias. Como se sobrevive à perda da melhor coisa da vida? Obrigada a todos pelo carinho, infelizmente nada pode consolar um coração partido”, rematou.

Recorde-se que o medicamento, que custa um milhão de euros, foi dado às bebés Matilde e Natália no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, no final do passado mês de agosto. No Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, onde Noa era tratada, três crianças esperam pela toma.

O funeral de Noa está marcado para esta sexta-feira, em Mira de Aire, pelas 11 horas.