Detidos colaboradores do advogado de Trump

Lev Parnas e Igor Fruman eram considerados os emissários de Giuliani na Ucrânia, onde terão pressionado o Governo a investigar Joe Biden. São acusados doações eleitorais ilegais, incluindo a fundos pró-Trump.

Foram detidos dois colaboradores de Rudy Giuliani, advogado pessoal do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os empresários Lev Parnas e Igor Fruman são acusados pela justiça norte-americana de violar as leis de financiamento eleitoral, segundo avançou o Wall Street Journal. Ambos são considerados testemunhas fundamentais na investigação do Congresso para o impeachment do Presidente dos EUA, dado que terão estado entre os responsáveis da pressão sobre o Governo ucrâniano, nos bastidores, para que investigasse o filho de um dos rivais políticos de Trump, Joe Biden.

Foram imitidos outros dois mandatos de captura relacionados com as acusações contra os colaboradores de Giuliani, contra Andrey Kukushkin e David Correia, que ainda estará a monte, segundo as autoridades. De acordo com o ministério público, Parnas e Fruman serão ouvidos por um tribunal da Virgínia do Norte esta quinta-feira. Estava marcado que nesse dia Parnas testemunhasse perante o Congresso, mas não havia grande expectativa que comparecesse, dado que o Executivo de Trump já recusou colaborar com a investigação ao Presidente – levando o Congresso a intimar Parnas para que testemunhasse.

Parnas e Fruman são acusados fazer doações eleitorais, em nome de outras pessoas ou entidades – algo ilegal segundo a lei norte-americana – incluíndo uma contribuição de 325 mil dólares (quase 300 mil euros) para o fundo pró-Trump America First Action. Segundo a acusação, terão sido feitas uma série de outras doações mais pequenas, para contornar os limites financeiros às contribuições e esconder a origem do dinheiro. A acusação menciona que as doações terão sido feitas em nome de um financiador estrangeiro, algo que não só é ilegal, como aumenta ainda mais as suspeitas de interferência estrangeira nas eleições norte-americanas. 

Note que os dois empresários detidos eram considerados uma espécie de emissários de Giuliani na Ucrânia. A acusação que levou à detenção de Parnas e Fruman não menciona nem Trump nem o seu advogado pessoal – que recentemente minimizou a investigação às alegadas irregularidades cometidas pelos empresários. "Eles tiveram um problema com as finanças eleitorais, explicou este mês Giuliani, acrescentando: "Recomendei-lhes um especialista em finanças eleitorais e ele resolveu-o".