Líderes separatistas catalães condenados com penas até 13 anos de prisão

Carles Puigdemont, antigo presidente da Governo regional e auto-exilado em Bruxelas, não enfrentou julgamento.

O Supremo Tribunal espanhol impôs, esta segunda-feira, uma pena entre os nove e 13 anos a nove líderes separatistas catalães pelo seu papel na tentativa de obter a independência da Catalunha e pelo seu envolvimento nos evento que levaram ao referendo sobre a autodeterminação da Catalunha, em 2017. Entre eles, está o ex-vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, que enfrenta a pena mais pesada: 13 anos de prisão. Já há protestos nas ruas.

Segundo o El País, entre os restantes oito arguidos estão três antigos conselheiros condenados a 12 anos de prisão por crime de sedição e desvio de fundos públicos: Raul Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa. Josep Rull e Joaqum Form escaparam às acusações de desvio de fundos público, mas mesmo assim, foram condenados a uma sentença de dez anos e meio de prisão. O antigo presidente do Parlamento catalão, Carme Forcadell, foi sentenciado a 11 anos e meio de prisão. Pelo mesmo crime, membros da Assembleia Nacional e da Òmnium terão que cumprir uma pena de nove anos: Jordi Sànchez e Jordi Cuixart. 

Carles Puigdemont, antigo presidente da Governo regional e auto-exilado em Bruxelas, não enfrentou julgamento. "100 anos de prisão no total. Uma barbaridade. Agora, mais do que nunca, do seu [dos condenados] e da sua família. Temos que reagir, como nunca antes. Para o futuro dos nossos filhos. Pela democracia. Pela Europa. Pela Catalunha", reagiu Puigdemont na rede social Twitter. 

Já o primeiro-ministro espanhol em funções, Pedro Sánchez, assinalou a robustez do seu Estado democrático. "Espanha é uma democracia consolidada. Um Estado de Direito dos mais avançados do mundo e um dos países mais livres e seguros. Esta é a Espanha de verdade. E fizemo-la juntos, [os] cidadãos e as instituições. Baseados na convivência e no respeito pela lei". 

Por outro lado, Ada Colau, presidente da Câmara de Barcelona, prestou a sua solidariedade aos condenados e disse que o país enfrentava "um dos dias mais difíceis dos últimos anos": "A pior versão da judicialização: a crueldade".