Bloqueio quase a ser desbloqueado…

Esta semana decorreu em Omã, uma conferência entre os ministros das finanças do Golfo, onde surgiram lado a lado o ministro das Finanças do Qatar, Ali Sharif Al Emadi e o ministro das finanças do Reino da Arábia Saudita, Mohammad Al Jadaan. Para se ter uma ideia, há vários meses que a tensão existente, não permitia…

Este é o tema que faz todas as manchetes desde a visita do primeiro-ministro António Costa ao Qatar no mês de maio, no ano de 2017. 

Por mera coincidência, a visita do nosso primeiro-ministro ao Qatar, coincidiu com o bloqueio dos ‘irmãos’ (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Barém) do Golfo Arábico ao Qatar. 

No entanto, não é por acaso, que esta semana, pela primeira vez após dois anos, começam a surgir os primeiros sinais de aproximação entre os ‘irmãos’ do Golfo com o Qatar. 

Esta semana decorreu em Omã, uma conferência entre os ministros das finanças do Golfo, onde surgiram lado a lado (ver fotografia) o ministro das Finanças do Qatar, Ali Sharif Al Emadi e o ministro das finanças do Reino da Arábia Saudita, Mohammad Al Jadaan.

Para se ter uma ideia, há vários meses que a tensão existente, não permitia esse tipo de aproximação, e, agora já é possível, perceber que o desbloqueio está próximo de acontecer. 

Esse desbloqueio, só foi possível devido à capacidade dos líderes dos dois países, o príncipe herdeiro do trono saudita, Mohammad Bin Salman e o líder do Qatar, o Sheikh Tamim Bin Hamad, em chegarem a um entendimento que já peca, por tardio. 

Alguns países ficaram de um dos lados da barricada, no entanto, não se deve ficar do lado de um deles, porque entre irmãos, não se deve escolher um dos irmãos, mas sim, tentar chegar a um consenso, ou ajudar a um entendimento entre ambos.

Foi aqui que entrou o Kuwait, através do seu líder emblemático, o Sheikh Sabah Al Ahmad Al Jabir Al Sabah, foi o primeiro e único ator a tentar chamar à razão os líderes dos dois países, para que chegassem a um entendimento. 

Foi uma tarefa árdua, difícil e morosa, no entanto, que já começou a dar sinais, como esta fotografia demonstra. 

O homem do leme do Kuwait, e, o segundo homem mais importante da esfera política, foi o homem incumbido pelo Rei do Kuwait, a tratar desta tarefa herculeana. 

Este homem, é o líder do parlamento, presidente do parlamento do Estado do Kuwait, o engenheiro Marzouq Al Ghanim.

Entre viagens, e, visitas a ambos os países, conseguiu fazer dos sonhos, das preces e dos presságios de todos os povos do golfo arábico, uma realidade.

Primeiro, porque é próximo, de todos os países do Golfo, e segundo, porque é sem dúvida nenhuma um homem que gera consensos no núcleo duro dos países do Golfo.

O Sheikh Mohamamad Bin Zayed Al Nahyan, o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, e o príncipe herdeiro do Reino da Arábia Saudita, bem como o Rei do Estado do Qatar, foram visitados frequentemente pelo homem dos consensos, o Presidente do parlamento do Kuwait, até que começou a haver este fumo branco, brando, ainda, mas que há alguns meses, ninguém no panorama internacional, achava ser possível. 

Existe pouco conhecimento da força política, económica e financeira do Estado do Kuwait, no nosso país, que no entanto é reconhecida internacionalmente pela comunidade política internacional. 

Como disse há uns dias, numa entrevista na televisão do Kuwait, numa visita onde estive com o antigo ministro da defesa, e, da administração interna da república portuguesa, o professor Nuno Severiano Teixeira, um país pequeno como o Kuwait, pode fazer a diferença a intermediar e ser o ator principal no seio de uma região, como é o Médio Oriente.

Num mundo cada vez mais dividido, o Kuwait assumiu o papel de ator principal, e, já começou a unir os cacos do ‘lego do golfo arábico’… 

São necessários mais Marzouqs neste mundo cada vez mais dividido.