Iniciativa Liberal queixa-se de lugar no Parlamento entre CDS e PSD

Lugares dos novos partidos aprovados em conferência de líderes. Decisões foram contestadas. 

A conferência de líderes parlamentares aprovou ontem uma primeira versão dos lugares para os três partidos que se estreiam no Parlamento. A saber: a deputada do Livre, Joacine Katar Moreira vai sentar-se entre PCP e PS, o deputado da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo entre o CDS-PP e o PSD e o deputado do Chega, André Ventura ficará o mais direita possível no hemiciclo. Todos serão colocados na segunda fila de cadeiras.

Mal saíram os resultados da reunião, a Iniciativa Liberal emitiu uma nota a contestar o lugar. “Tomam decisões sobre deputados que não estão presentes e, neste caso, até ignorando uma vontade demonstrada publicamente”. O partido acrescenta que mal tome posse irá demonstrar a “vontade de estar o mais distante dos extremos”. Ou seja, irá insistir para que o parlamentar se sente noutro lugar. A Iniciativa Liberal deixa ainda um outro recado: “O mundo evoluiu, mas alguns continuam presos a estereótipos da revolução francesa”. Ainda assim, os liberais prometem que não será pelo lugar do hemiciclo que se sentirão impedidos de afirmar e valorizar as suas opções e visões políticas.

André Ventura, do Chega, também já reagiu ao seu lugar na segunda fila: “O sistema a defender-se vergonhosamente. Onde já se viu um partido representado na Assembleia da República ser relegado para a segunda ou para a terceira fila?

Mas não se preocupem, a nossa voz vai ser bem audível!”, prometeu num texto publicado na rede social Facebook. 

Ventura ficará o mais à direita possível a seguir ao CDS, colocando um ponto final na velha máxima atribuída ao antigo líder centrista, Paulo Portas: “À nossa direita só a parede”. Já não há parede e os centristas vão ficar entre o deputado da Iniciativa Liberal e o do Chega. As propostas foram feitas pelo presidente do Parlamento e podem haver ajustamentos depois de a Assembleia da República tomar posse. A data ainda não está marcada.

Do lado do Livre, o partido lembrou que Joacine Katar Moreira “pretende tomar o seu lugar no meio da esquerda parlamentar”, ou seja, o entre o Partido Socialista, o Partido Ecologista “Os Verdes” e o Partido Comunista Português. “O nosso lugar é no meio da esquerda. Entendemos como nosso dever a procura e a realização de convergências abertas, claras e transparentes, para criar uma maioria progressista capaz de criar uma alternativa política em Portugal e na Europa”, defendeu o Livre.

Na versão ontem aprovada, o CDS passa agora a ter apenas dois deputados na fila da frente (ficou reduzido a cinco deputados), o PAN fica com dois parlamentares na primeira fila, entre PS e PSD e, finalmente, o PEV ganha um parlamentar na fila dianteira, depois de uma longa contestação de anos, ao lado dos comunistas. De realçar que o PEV concorre coligado com o PCP, mas no Parlamento é um grupo parlamentar autónomo. 

Os partidos representados por um único deputado não têm, normalmente, direito a sentar-se na primeira fila.