Ativista infiltra-se em laboratório na Alemanha e grava cães em jaulas com sangue e macacos presos pelo pescoço | VÍDEO

O Ministério Público alemão está a investigar o caso, mas o porta-voz, Johannes Kiers, já adiantou que a conclusão do processo pode demorar meses.

Um caso de maus tratos a animais está a chocar a Alemanha. Uma ativista infiltrou-se num laboratório, perto de Hamburgo, durante quatro meses, onde se fazem testes de produtos farmacêuticos com cães, gatos e macacos. Nas imagens obtidas pode ver-se macacos pendurados pelo pescoço, obrigados a girar sobre si mesmos, e cães presos e acorrentados em jaulas com sangue.

"Infiltrámos um dos nossos membros durante quatro meses como técnico de laboratório e gravamos as imagens. Existem gatos que fizeram recolha de sangue 13 vezes ao dia. As pessoas têm o direito de saber o que acontece nesses laboratórios ", alertou Friedrich Mülln, um dos fundadores do Soko e responsável pelas pesquisas da organização. 

O Ministério Público alemão está a investigar o caso, mas o porta-voz, Johannes Kiers, já adiantou que a conclusão do processo pode demorar meses

O laboratório sofreu várias inspeções ao longo dos anos. Desde 2015, foram realizadas nove inspeções, das quais sete não foram notificadas previamente. Durante as investigações, 44 macacos foram encontrados “em gaiolas muito pequenas”, com cerca de um metro cúbico, algo que provoca nos animais “um sofrimento considerável a longo prazo”, no entanto, nada do que foi visto nestas imagens, gravadas entre dezembro de 2018 e abril de 2019, tinha sido observado nas inspeções.

Já no ano passado, a Comissão Europeia tinha aberto um processo de infração contra a Alemanha devido à violação de vários direitos dos animais expressos na diretiva europeia relativa à proteção de animais utilizados para fins científicos.

A autoridade de Proteção ao Consumidor e Segurança Alimentar suspendeu para já a concessão de autorizações de experiências àquele laboratório até que seja conhecido o resultado da investigação.