Operação Rota do Cabo. Advogado fica em prisão preventiva

Sabirali Ali seria o líder da rede, que legalizou milhares de imigrantes a troco de dinheiro.

O advogado moçambicano Sabirali Ali, detido no âmbito da Operação Rota do Cabo, vai aguardar julgamento em prisão preventiva. Os restantes arguidos ficaram em liberdade.

Recorde-se que, esta terça-feira, a Polícia Judiciária (PJ), levou a cabo uma megaoperação para desmantelar uma rede criminosa que se dedicava há quatro anos ao auxílio à emigração ilegal. Entre os mais de 20 suspeitos estão membros do SEF, Segurança Social e Finanças.

O esquema seria liderado pelo advogado Sabirali Ali, de ascendência indiana, e que no passado já havia sido condenado por crimes idênticos, envolvendo cidadãos brasileiros, a uma pena suspensa de cinco anos. Do esquema, segundo a investigação, farão ainda parte os advogados Ana Bernardi e João Vaz.

Ao que o SOL apurou, os cérebros do grupo seriam os advogados, que criavam empresas fictícias, à frente das quais tinham testas-de-ferro, que forjavam contratos de trabalho para cidadãos oriundos da Península Indostânica, ou seja, de países como a Índia, o Paquistão e o Bangladesh, a troco de avultadas quantias. No entanto, para estes imigrantes, que dominam na sua maioria a língua inglesa, o destino de eleição era a Grã-Bretanha e a Alemanha.

Portugal servia apenas como país de passagem onde nunca ficavam mais de dois meses, o tempo para obterem a autorização de residência e com ela poderem viajar para a Europa. Para agilizar o esquema, a rede contava com funcionários do SEF o que permitia não só escapar à fiscalização como obter, em processos geralmente morosos, a autorização de residência em tempo record.

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