Brexit. Parlamento britânico adia decisão sobre acordo de saída da UE

Boris Johnson havia pedido para resolver a situação com urgência, mas terá agora de pedir uma extensão do prazo de saída do Reino Unido

A Câmara dos Comuns aprovou este sábado a emenda Letwin ao acordo do Brexit, que obriga o primeiro-ministro a pedir uma extensão do prazo de saída do Reino Unido à União Europeia até ser aprovada no parlamento britânico a legislação que regulamente o acordo de saída.

A emenda foi aprovada com 322 votos a favor e 306 contra, num resultado conhecido após cinco horas de debate, o primeiro a um sábado nos últimos 37 anos. A "lei Benn" determina que o que primeiro-ministro tenha de escrever uma carta até às 23 horas a solicitar uma extensão do processo de saída da UE por três meses, até 31 de janeiro, se a Câmara dos Comuns não aprovar um acordo ou autorizar uma saída sem acordo até 19 de outubro.

Boris Johnson havia defendido, no seu discurso de abertura, considerar que "mais atrasos são inúteis, caros e profundamente corrosivos para a confiança pública", e depois de conhecer os resultados da votação garantiu que recusa negociar um adiamento da saída com a UE e comprometeu-se a avançar com a legislação necessária para o Brexit na próxima semana. "Não vou negociar um adiamento com a UE, nem a lei me obriga a isso. Mais um adiamento seria mau para este país ou para União Europeia e mau para a democracia", disparou.

A próxima votação sobre esta legislação deverá ter lugar na próxima terça-feira. Por agora, começaram já este sábado a concentrar-se, no centro de Londres, milhares de pessoas que estão contra a saída do Reino Unido da União Europeia, processo que começou com um referendo realizado em 2016 e no qual os eleitores britânicos apoiaram a retirada da Grã-Bretanha dos 28 Estados-membros da UE.