Catalunha. Vai em quatro o número de manifestantes que perderam um olho

Ao mesmo tempo, o impasse político aprofunda-se, e Sánchez recusou outra chamada de Torra.

O Serviço de Emergências Médicas (SEM) anunciou ter atendido um total de 579 feridos em toda a Catalunha, incluindo o quarto manifestante a perder um olho devido a uma das bala de borracha ou espuma usadas pelas forças policiais. Três agentes da polícia nacional terão sido também hospitalizados este domingo, segundo a agência EFE. Mantiveram-se os bloqueios em estradas e a comboios um pouco por toda a região autonómica – tendo os protestos de apoio aos independentistas catalães chegado até Madrid, resultando em 29 feridos na capital.

Ao mesmo tempo, a polarização e o impasse político aprofundam-se. Ontem, mais uma vez, o líder do Executivo catalão, Quim Torra, ligou ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que rejeitou a chamada. 

Madrid justificou a decisão afirmando que o primeiro-ministro “espera a condenação efetiva e direta da violência”, nas palavras do ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska.

Já Torra respondeu numa carta, acusando Sánchez de “procurar desculpas” para evitar o diálogo de que tanto fala. Torra garantiu que recusa “lições em condenar e lutar contra a violência, tal como todo o movimento independentista”. E assegurou que a reticência de Sánchez se deve “à falta de propostas para a Catalunha”.

A quem não falta propostas é ao líder do Ciudadanos, Albert Rivera. Perante uma mobilização de cerca de mil apoiantes em Barcelona, afirmou: “Quero ser primeiro-ministro para proteger as famílias espanholas e meter na cadeia quem quer romper o nosso país”. Questionadas pelo El País, fontes do Ciudadanos clarificaram que Rivera não se expressou bem, e que um Governo pode denunciar ao Ministério Público aqueles que atuem “contra o Estado”, mas que não seria um eventual Governo do Ciudadanos a ordenar as prisões.