Sánchez visita polícias catalães, mas rejeita dialogar com Torra

O presidente do Governo Regional tentou contactar primeiro-ministro, mas este recusa diálogo.

Pedro Sánchez fez uma visita surpresa, esta segunda-feira, aos polícias feridos durante os protestos dos últimos dias em Barcelona, capital da Catalunha, enquanto rejeita qualquer contacto com o Governo regional. Para evitar a organização de manifestações contra a sua visita, o primeiro-ministro espanhol em funções anunciou-a no próprio dia.

“Radicais e violentos decidiram que Barcelona fosse o teatro de operações para aumentar a sua resposta para fora e para toda a socidade espanhola e torná-la mais extraordinária do que é”, assinalou Sánchez perante os agentes, na Sede da Polícia da Catalunha, depois de ter estado nos hospitais. As precauções do primeiro-ministro em funções não evitaram que algumas pessoas se concentrassem em protesto contra a sua política para a Catalunha, à porta da sede da polícia – manifestação convocada com urgência por coletivos independentistas, entre eles o Tsunami Democràtic.

Mesmo assim, acompanhado pelo ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, Sánchez enfatizou o papel da polícia para enfrentar a crise política no seu discurso perante as autoridades: “Nestes momentos é muito importante garantir a moderação que representam as Forças e Corpos de Segurança do Estado para assegurar a convivência, que está agora em questão”.

Segundo o El País, Quim Torra, presidente da Generalitat, tem tentado contactar Sánchez por telefone desde o fim de semana passado. Por carta, esta segunda-feira, Torra solicitou um encontro no próprio dia para dialogarem sem condições prévias. Contudo, em resposta à missiva do presidente da Generalitat, o chefe do Executivo espanhol assinalou que não dialogará com Torra enquanto este não condenar a violência de “modo taxativo e inequívoco”.

Já Carles Puigdemont, ex-presidente do Governo regional autoexilado, criticou o facto de o primeiro-ministro ter visitado apenas os agentes feridos, acusando-o de abrir uma divisão entre estes e o resto da sociedade catalã. “Na verdade, faz diferenças entre os feridos, em vez de se preocupar com todos? Um governante devia desejar que todos os feridos, polícias e cidadãos, se recuperem. Todos sem exceção”, afirmou Puigdemont pelo Twitter.