Agente da PSP condenado duas vezes por agressões violentas na Amadora

Casos aconteceram com pouco mais de um ano de diferença.

Um agente da PSP foi condenado a pagar 680 euros por ter dado uma bofetada a um jovem de 20 anos, na Amadora, depois de o Tribunal de Relação de Lisboa confirmar a condenação do Tribunal da Amadora. O caso ocorreu em 2016, quando Grisa losif Luchian, um jovem de 20 anos, estava a passear de bicicleta e atirou uma beata de cigarro para o chão, sendo intercetado por quatro agentes da PSP.

Um dos polícias, Vítor Bárcia, que na altura tinha 27 anos, “sem que qualquer motivo o justificasse, desferiu uma chapada, de mão aberta, na face esquerda” do jovem, segundo a versão considerada verdadeira pelo Tribunal da Amadora, e agora confirmada pelo Tribunal de Relação de Lisboa.

O Tribunal da Amadora decidiu que o agente deveria ser condenado a uma pena três de meses, o que foi convertido em 680 euros de multa, pelo crime de ofensa à integridade física qualificada.

Na versão de Bárcia, confirmada pelos outros três polícias que estavam consigo, o jovem "apresentou uma atitude provocatória e agressiva, encostando a cabeça à sua, razão pela qual, apenas no intuito de o afastar e de salvaguardar a sua segurança e integridade física, lhe desferiu um empurrão na zona da face", citando o Diário de Notícias. O agente negou ainda ter dado "uma chapada, de mão aberta, na face do queixoso".

No entanto, na visão do Tribunal da Amadora "não faz sentido que um indivíduo de cerca de 20 anos, com a compleição física do queixoso e que foi diretamente constatada pelo tribunal em sede de audiência de julgamento, fosse ter a conduta em causa para com um agente da polícia, desafiando-o e procurando com o mesmo ter contacto físico, quando se encontravam presentes no local pelo menos três outros agentes da autoridade (para além daqueles que chegaram ao local na carrinha policial) e que, naturalmente, nessa sequência, poderiam atuar e detê-lo".

O mesmo agente já tinha sido condenado no início deste ano por ter agredido violentamente um homem, em 2015. O Tribunal decidiu que Vítor Barcía devia cumprir uma pena de dois anos e oito meses – suspensos por dois anos – e  pagar 10 mil euros à vítima. 

Até ao momento não foi esclarecida qual a situação profissional do agente em questão.