Relatório recomenda criação de empresa pública para estabilização pós-incêndios

A Galiza é apontada, pelo documento, como um exemplo de que “é urgente passar de medidas pontuais (…) para intervenções planeadas e mais abrangentes”

O Observatório Técnico Independente (OTI) – que analisa, acompanha e avalia os incêndios florestais e rurais que ocorrem no território nacional – recomendou a criação de uma empresa pública independente para a estabilização de emergência nas zonas afetadas pelos incêndios.

A recomendação consta de um relatório elaborado pelo observatório, revelado esta segunda-feira, sobre a estabilização de emergência pós fogo. O mesmo documento sugere que se siga o exemplo de regiões de Espanha, como a Galiza, onde foi criada uma estrutura deste tipo, e classificada pelo observatório como uma “excelente referência”.

O relatório revela ainda que a intervenção no pós-fogo tem que ser “célere”, não havendo “tempo a perder após a destruição do coberto florestal”. “É urgente passar de medidas pontuais (…) para intervenções planeadas e mais abrangentes”, pode ler-se no documento. O observatório lembra que, numa situação pós-incêndio, “os proprietários procuram o possível ressarcimento dos prejuízos através a extracção do material lenhoso com mais valor deixando a área ardida entregue, na maior parte das vezes, à regeneração natural”.

O OTI cita o exemplo da Galiza pois foi criada uma empresa pública, a Seaga, que se dedica à requalificação das áreas ardidas. Também é referido que, à semelhança da “cooperação fronteiriça” na prevenção e extensão dos incêndios, também na estabilização de emergência devia haver “uma interação adequada dos dois lados da fronteira” e “uma aprendizagem com o modelo em utilização tem conduzido a resultados muito positivos”.