SMN. UGT disponível para discutir mas CGTP e Frente Comum querem mais

Governo quer aumentar o salário mínimo para 750 euros até 2023. Mas fica abaixo da média europeia.

O secretário-geral da UGT garantiu ontem estar disponível para discutir, em concertação social, um acordo de médio prazo fixando patamares para o salário mínimo nacional até à meta dos 800 euros em 2023. “A nossa meta é atingir no final de 2023 um salário mínimo de, pelo menos, 800 euros e, para o ano, a nossa proposta é de 660 euros. Se quiserem fazer um acordo de médio prazo fixando já os patamares, isso depende da reunião de concertação social”. afirmou Carlos Silva, acrescentando ainda que é necessário “ver também qual é a vontade dos empregadores de assumir claramente mais ambição na procura de um patamar de equilíbrio para o salário mínimo nacional [SMN]”.

Mas este valor não convence outras estruturas sindicais. Para a Frente Comum, “não é preciso esperar até 2023 por um salário [mínimo] maior”, referiu a coordenadora Ana Avoila.

A Frente Comum defende um “aumento mínimo” de 90 euros para todos os trabalhadores a partir de 1 de janeiro e Ana Avoila mostrou-se convicta de que o programa do Governo não vai dar “descanso” à administração pública, lembrando que reivindica um salário mínimo de 850 euros, ainda distante da proposta apresentada por António Costa. 

Também no domingo, o secretário-geral da CGTP tinha considerado que o salário mínimo poderia ir além dos 750 euros. Arménio Carlos tem como proposta subir o salário mínimo até aos 850 euros “no curto prazo”, mostrando disponibilidade para negociar o prazo em que essa evolução pode ocorrer. “Mais do que estar a mexer no valor, vamos definir o prazo”, disse o líder da CGTP, recusando um período superior a quatro anos.

Recorde-se que o Executivo tomou posse no sábado e o primeiro-ministro, António Costa, aproveitou o discurso para apresentar algumas ideias para a próxima legislatura, uma das quais a vontade de aumentar o salário mínimo para 750 euros até 2023. A meta, que vai ser apresentada esta semana aos parceiros sociais, coloca Portugal ainda abaixo da média da União Europeia.