Lucros da EDP disparam 55% para 460 milhões de euros

Também a EDP Renováveis apresentou resultados e os lucros da empresa liderada por Mano Neto quase triplicaram para os 342 milhões de euros. 

Os lucros da EDP disparam 55% para os 460 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A empresa liderada por António Mexia explicou que este aumento deveu-se à “forte contribuição da produção eólica e solar”, revelou em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No entanto, a elétrica portuguesa chama a atenção para o facto de continuar a ser penalizada por eventos extraordinários em Portugal, nomeadamente a provisão de 285 milhões de euros relativa aos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual, Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) e a provisão de 87 milhões de euros para o projeto hídrico do Fridão.

Desta forma, as operações convencionais em Portugal (distribuição de eletricidade, produção hídrica e térmica, e comercialização de energia) registaram um prejuízo líquido de 33 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019 (face ao prejuízo de 25 milhões de euros no período homólogo de 2018) penalizadas pela manutenção de um contexto regulatório e fiscal adverso”.

A estes fatores e a penalizar o indicador esteve também “o volume de produção de energia hídrica anormalmente reduzido” em 2019.

A EDP assinala que excluindo efeitos não recorrentes, o resultado líquido subiu 7% em termos homólogos, para os 585 milhões de euros, uma vez que “a estratégia de ‘asset rotation’ e o crescimento nas redes no Brasil mais do que mitigaram a fraca hidraulicidade e o aumento dos custos financeiros” nestes primeiros nove meses de 2019.

Entre os eventos não recorrentes que pesaram nos resultados estão a contribuição extraordinária sobre o setor energético, a provisão relativa a Fridão e a provisão “relativa os aspetos inovatórios dos CMEC”, bem como a diferença entre o ajustamento final dos CMEC reconhecido em dezembro de 2017 e o aprovado pelo Governo em maio de 2018.

Entre janeiro e setembro, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da elétrica totalizou 2.661 milhões de euros, o equivalente a uma subida homóloga de 10%, beneficiando “do forte crescimento no segmento das energias renováveis”.

No final do terceiro trimestre, a dívida líquida da EDP situava-se nos 13,8 mil milhões de euros, traduzindo um acréscimo de 2% em relação ao valor registado em dezembro de 2018 e uma redução de 5% face ao mesmo trimestre de 2018.

Lucro da EDP Renováveis quase triplica

Também esta quarta-feira, a empresa liderada por Manso Neto apresentou resultados e fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 342 milhões de euros, mais 197% do que os 115 milhões registados em igual período do ano passado.

A contribuir para este desempenho estiveram as receitas, que cresceram 10% para 1,36 mil milhões com a empresa a dizer que esta melhoria está relacionada com vários fatores: maior capacidade; maior preço médio de venda; impacto cambial; maior recurso eólico e “o termo esperado dos PTCs de 10 anos de certas estruturas de tax equity”.

Também a puxar por resultados esteve a venda de ativos, permitindo um encaixe de 226 milhões de euros para as contas da EDP Renováveis, cuja dívida caiu 0,1% para 3,06 mil milhões de euros.