Isabel dos Santos sensibiliza Governo chinês

Intenção é que a China apoie o comércio de produtos africanos.

A empresária Isabel dos Santos participou esta quarta-feira como oradora na Feira Internacional de Importação da China, onde aproveitou para dizer que é bem-vindo o apoio e boa vontade por parte da China para ajudar a promover e dar acesso aos produtos Made in Africa no mercado chinês. 

“Precisamos do apoio das autoridades chinesas para convencer as grandes plataformas de comércio online da China, como Alibaba, Jindong e Tabao, a dar maior visibilidade aos produtos africanos. Podemos trabalhar em conjunto e, assim, criar um exemplo concreto da visão que a China tem de estabelecer um comércio mundial mais inclusivo, diversificado e equitativo”, disse a empresária, na qualidade de chaiwoman da Sodiba, que apresentou nesta feira a primeira cerveja angolana a entrar no mercado chinês.

“É necessário que os produtos africanos sejam tratados de forma justa e equitativa, como qualquer produto do mundo, e que tenham acesso a mercados globais. As empresas africanas não têm os mesmos recursos financeiros que as multinacionais e não têm como pagar publicidade e patrocínios para obter a mesma visibilidade das grandes marcas internacionais. Se os negócios africanos conseguirem vender os seus produtos na China e no mundo, haverá mais oportunidades e criação de emprego para os jovens em África – esta é, aliás, uma das formas de alcançar um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Trabalho Digno e Crescimento Económico”, acrescentou ainda a empresária.

Isabel dos Santos deixou também alguns conselhos aos governos africanos: “Temos de melhorar o nosso desempenho e eficácia como plataforma de exportação para a China, e para isso precisamos de melhorar a proximidade e a qualidade do diálogo entre as empresas do setor privado e as autoridades governamentais locais. É imperativo reduzir burocracias longas e atrasos nos processos de exportação nos portos de partida”. Acrescentou ainda que “o diálogo e a proximidade entre entidades públicas e privadas é fundamental de forma a capitalizar a janela aberta no mercado chinês para os produtos africanos”.