BE ataca patrões e Governo

Catarina Martins considera “inaceitável” a proposta de aumento dos salários através dos fundos de Compensação de Trabalho e diz que o Governo “não deve autorizar” mais pagamentos ao Novo Banco

Catarina Martins marcou este sábado presença no Teatro São Luís, numa homenagem a José Carvalho, assassinado há 30 anos à porta da então sede do PSR (Partido Socialista Revolucionário) por um grupo de neonazis, e à margem desse evento abordou alguns temas que vão marcando a atualidade política.

Acima de todos, a proposta dos patrões de aumentar os salários mínimo e médio através dos fundos de Compensação de Trabalho, que garantem o pagamento de indemnizações aos trabalhadores. "Não podemos pagar o aumento do salário mínimo com o dinheiro que é dos trabalhadores. Essa proposta dos patrões é inaceitável", disparou a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), considerando que os patrões não têm interesse em aumentar salários e as empresas estão a propor aumentá-los com o dinheiro dos trabalhadores: "O que as empresas estão a propor é aumentar o salário com o dinheiro que é dos trabalhadores, quando a razão, porque que os salários têm que subir em Portugal, é para termos uma economia mais justa e mais bem distribuída".

No entender da líder do BE, o aumento do salário mínimo deve ser uma "medida de justiça", sendo igualmente necessário aumentar o salário médio. "Nós temos a nível europeu um dos salários mínimos mais baixos e também dos salários médios mais baixos. No início da próxima semana vamos entregar mais propostas para fazermos esse progresso de salários que é absolutamente essencial no país", revelou.

Outra das questões mais prementes, segundo Catarina Martins, prende-se com o Novo Banco. De acordo com a líder bloquista, "o Governo não deve autorizar mais pagamentos ao Novo Banco sem saber o que se passa, como estão as coisas e sem nomear um administrador público", ressalvou, lembrando o aviso prévio do BE em relação à resolução do BES: "Dissemos que ia custar muito dinheiro aos contribuintes e que era um erro vender o BES a privados, porque iríamos continuar a pagá-lo mesmo depois de o vender, ou de o oferecer", sentenciou.