Altice abandona grupo de trabalho sobre roaming nacional

A ideia é que um utilizador, numa zona sem cobertura da sua rede, se pode ligar a outra operadora. 

A Altice Portugal saiu do grupo de trabalho sobre roaming nacional liderado pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). Desta forma, a operadora não vai estar presente na próxima reunião marcada para 26 de novembro. Até à data, houve cinco reuniões, onde a empresa “realizou uma análise do esforço exigido para especificar em detalhe, desenvolver e implementar esta solução” e chegou à conclusão que não compensava prosseguir com este projeto. 
Em cima da mesa está a solução de roaming nacional que acontece quando um utilizador, numa zona sem cobertura da sua rede, se pode ligar a outra operadora, em território nacional.

Ainda na semana passada, o presidente da Anacom, questionou “por é que um cidadão estrangeiro quando está no nosso país se pode ligar a qualquer rede e alguém que fique sem acesso à sua operadora não consegue, em emergência, pedir ajuda através de outra operadora? Não faz sentido”, disse à Visão. João Cadete Matos afirmou ainda que Portugal deveria seguir o exemplo do que já acontece em 14 países europeus, referindo que “nada justifica” que o país “fique para trás nesta matéria”.

No entanto, a empresa liderada por Alexandre Fonseca manifestou-se surpreendida com as declarações do presidente da Anacom, já que “a existência de um grupo de trabalho não é sinónimo de que exista um acordo entre todos”, apontando que alguns países da Europa têm “acordos bipartidos entre alguns operadores e não de roaming nacional generalizado”.

De acordo com fonte oficial da Altice Portugal, a participação da dona da Meo neste grupo de trabalho “foi, até ao momento, estritamente técnica”, ou seja, no sentido de encontrar com os outros operadores o desenho de uma solução tecnológica viável, “sem qualquer compromisso quanto à sua implementação”, acrescentando que “além disso, a “análise detalhada conduzida pela Altice Portugal não se focou apenas na estimativa dos custos e o calendário previsional de implementação da solução discutida no grupo de trabalho”, mas teve também em consideração “os riscos inerentes ao roaming nacional e ao atual contexto regulatório e de mercado”, refere.