Governo chileno cede e anuncia nova Constituição

Esta decisão vai ao encontro das exigências populares que surgiram nos protestos e que, nas últimas semanas, marcaram a atualidade do país.

O Governo chileno anunciou o início do processo para uma nova Constituição através de um Congresso Constituinte. A divulgação foi feita pelo ministro do Interior, Gonzalo Blumel, após um encontro que reuniu o presidente, Sebastián Piñera, e os líderes da coligação de direita "Chile Vamos", que vinha a opor-se à mudança profunda da Carta Magna em vigor (e ainda herdada da ditadura de Augusto Pinochet).

Esta decisão vai ao encontro das exigências populares que surgiram nos protestos e que, nas últimas semanas, marcaram a atualidade do país.

Segundo Gonzalo Blumel, será dado ao Congresso a responsabilidade de recolher e incluir as demandas dos cidadãos através de um processo de debate nacional, cujo texto será, posteriormente, ratificado por um plebiscito. De acordo com o governante, será agora dado início “a um amplo diálogo com todos os setores e forças sociais para alcançar acordos amplos”.

 Ao longo de três semanas, violentos confrontos colocaram frente-a-frente manifestantes e forças policiais e exército. A maior crise política e social do Chile pós-ditadura teve início com a medida de aumento do preço dos bilhetes do metro e rapidamente escalou descontroladamente, culminando num trágico balanço de pelo menos vinte mortos.