Estudo diz que obesidade aumenta discriminação laboral

Mulheres são quem mais sofre deste tipo de discriminação.

Estudo diz que obesidade aumenta discriminação laboral

A obesidade aumenta a discriminação laboral. O alerta é da Unidade de Tratamento da Obesidade por Endoscopia do Hospital St. Louis, em Lisboa, na data em que se assinala o Dia Mundial da Obesidade, esta terça-feira, dia 12. De acordo com os dados, um em cada seis pacientes afirma ter problemas laborais devio ao excesso de peso e os obesos têm muito menos oportunidades de crescimento nas empresas. As mulheres são quem mais sofre desta discriminação laboral.

“No local de trabalho a imagem da pessoa é importante. Pesar mais de 10 kg do que seria o seu peso normal está a criar no trabalhador um estigma social que prejudica as suas relações laborais e a sua carreira profissional”, afirma em comunicado o Dr. Gontrand López-Nava, diretor daquela unidade, dedicada ao tratamento da obesidade e excesso de peso.

De acordo com a mesma nota, os chefes referem-se recorrentemente às baixas médicas das pessoas com este problema e a recriminação acaba por se traduzir em “importunar estes pacientes com o seu impacto negativo para a rentabilidade da empresa”.

“Por exemplo, os chefes verbalizam de forma recorrente e exteriormente as suas muitas baixas na empresa, segundo relatam os pacientes. De um modo geral, as pessoas obesas superam mais de um mês de baixa por ano como consequência de que devem realizar muitas provas de diagnóstico relacionadas com as dores de costas, musculares, apneia, colesterol, hipertensão, provas radiológicas, TACs, problemas no pâncreas, vesícula, rins, ou outros; além de pedirem mais frequentemente autorização para a realização de sessões de fisioterapia e reabilitação”, explica o médico.

“Esta recriminação no meio laboral traduz-se, inclusive, em importunar estes pacientes com o seu impacto negativo para a rentabilidade da empresa e os gastos em saúde que geram à empresa e ao sistema de saúde. Paralelamente, para estas pessoas fazer horas extra é mais um agravante físico”, acrescenta.

Segundo o especialista, como consequência deste tipo de discriminação, as pessoas obesas sofrem muitas vezes de baixa autoestima.

“A consequência desta discriminação laboral é que muitas pessoas obesas, devido ao seu estado de saúde, sofrem de isolamento no seu entorno laboral, baixa autoestima, mais ainda quando se apercebem que têm muitas dificuldades em perder peso, sendo que também não ajuda o facto dos seus companheiros de trabalho que, constantemente, recriminam a pessoa obesa se come muito ou se não é capaz de seguir uma dieta, o que por sua vez provoca mais ansiedade que pode derivar no incremento de peso noutros 20 kg num ano”, defende.

De acordo com os dados, são as mulheres obesas ou com excesso de peso quem mais sofre desta discriminação laboral. Em causa está a “pressão social estética que impera nos meios laborais”.

Mas há mais. O Hospital St. Louis considera ainda que trabalhos em que seja necessário estar muito tempo em pé “estão vetados” aos obesos.

“Definitivamente, a pessoa obesa deve enfrentar, além da sua situação física e familiar, uma discriminação laboral que em muitos casos se soma à necessidade de cuidados médicos extraordinários.

Em todo o caso, o problema da obesidade deve ser tratado ativamente pelo paciente, procurando soluções modernas e atuais”, remata o médico.