Bruno de Carvalho ‘ataca’ Marcelo e Ferro Rodrigues

Contestação do ex-dirigente leonino cita declarações públicas das duas maiores figuras dos Estado, que para Bruno de Carvalho fizeram parte de uma campanha para o caluniar.

Bruno de Carvalho ‘ataca’ Marcelo e Ferro Rodrigues

O antigo presidente do Sporting, acusado de ter ordenado o ataque à Academia de Alcochete, parece estar preparado para jogar ao ataque no julgamento do caso que começa esta segunda-feira no Tribunal de Monsanto.

À chegada, Bruno de Carvalho não prestou declarações, mas segundo o documento da contestação que o seu advogado, Miguel A. Fonseca, enviou ao tribunal, o ex-dirigente acusa as duas principais figuras do Estado de terem feito declarações públicas que o prejudicaram.

Para Bruno de Carvalho, as palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, incriminaram-no, ainda que indiretamente.

No documento, citado pelo Jornal de Notícias, Bruno de Carvalho recorda os comentários de Marcelo ao ataque a Alcochete: “tive o sentimento de alguém que se sente vexado pela imagem projetada por Portugal no Mundo. Vexado pela gravidade do que aconteceu". Na época, Marcelo sublinhou ainda: "Não é uma realidade isolada, como nunca é a atividade criminosa".

O ex-presidente do Sporting considera que aquelas declarações foram proferidas "sem se apurar se existiam sequer quaisquer indícios do envolvimento do mesmo [Bruno]". Mas vai mais longe, lamentando que o chefe de Estado não lhe tenha enviado uma mensagem de apoio pelo que tinha acontecido nas instalações do clube. "Aos olhos de um cidadão comum, [Marcelo] passou uma imagem para Portugal e o estrangeiro de que o presidente do Sporting era culpado ou mesmo potencialmente culpado". Bruno de Carvalho salientou ainda o facto de te ter notado que Marcelo estava incomodado de ter de se sentar ao seu lado, na tribuna presidencial da final da Taça de Portugal.

Sobre Ferro Rodrigues, o ex-dirigente argumenta que o presidente da Assembleia o criticou abertamente quando disse na altura: "O presidente do Sporting falou e aproveitou para fazer uma daquelas extraordinárias intervenções como é habitual. É bom que as autoridades judiciais, que investigam tanto os políticos, investiguem bem os dirigentes desportivos".

Para Bruno de Carvalho, as declarações apontam para o facto de ter havido uma campanha para o caluniar e difamar.

Na contestação, o antigo presidente do Sporting fez ainda questão de reiterar a sua inocência, sublinhando que as críticas públicas que então fez à equipa principal fossem um incentivo à violência.

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