‘Fake news’ nas redes sociais lançam pânico em cidade portuguesa e obrigam PSP a intervir

PSP emitiu comunicado, após alarme gerado nas redes sociais.

Nos últimos dias, a população de Mirandela ficou alarmada devido a uma série de informações falsas que começaram a circular nas redes sociais. Depois de várias publicações darem conta de alegadas perseguições a jovens estudantes e tentativas de sequestro, e das dezenas chamadas por parte dos pais para a força de segurança, o comando distrital da PSP de Bragança viu-se obrigado a convocar a comunicação social, esta quarta-feira, para esclarecer que os factos que têm circulado no Facebook “não têm qualquer fundamento”.

"Existe uma situação identificada, notícia de crime, em processamento policial que está associada a um comportamento tido por dois indivíduos e que foi interpretado por duas jovens estudantes da Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo de Mirandela, como desviante e lhes causou receio", começa por referir a nota de imprensa, que foi lida por Bruno Machado, comissário da PSP de Bragança, citada pelo Jornal de Notícias.

"Existiu uma coincidência entre o percurso de diversão noturna destas jovens e a presença dos putativos agressores que, em tempo algum, se lhes dirigiram, mas mantiveram com as mesmas uma atenção que não seria conveniente nem comum na perspetiva das jovens", acrescenta.

Segundo a PSP estão a ser efetuadas todas as diligências necessárias para “despistar qualquer hipótese de crime e/ou comportamento ameaçador por parte dos cidadãos que no primeiro contacto se faziam transportar numa carrinha".

Além desta notícia, circularam ainda nas redes sociais fotografias de viaturas e respetivas matrículas. Depois de um aluno da ESPROARTE identificar um indivíduo cujo comportamento lhe pareceu inadequado – ao parecer fotografar a partir do interior da viatura os alunos daquela escola – fez uma publicação na rede social a alertar os utilizadores.

No entanto, segundo a PSP, o indivíduo em causa tratava-se de um cidadão de nacionalidade portuguesa, que já foi entrevistado por aquela força de segurança.

"Ao momento a viatura era conduzida por outra pessoa e a sua conduta foi mal interpretada pelo aluno lamentando que a sua ação fosse associada a qualquer tipo de comportamento desviante (…) não existe nexo algum de causalidade entre estes factos e ações com a situação [anterior] das jovens denunciantes", explica a PSP, fazendo referência à ligação que começou a existir entre este caso e o anteriormente referido.

Mas as informações falsas não ficaram por aqui. Além das tentativas de sequestro, houve quem fizesse referência a um alegado reforço policial junto às escolas devido a estes factos. Na verdade, "a PSP esteve presente com mais recursos policiais em Mirandela no âmbito de ações de sensibilização desencadeadas nas escolas básicas do convento e do Fomento, no edifício do Piaget, no âmbito do projeto 'EU CUIDO'".

“O local adequado a projetarem denúncias sobre comportamentos atípicos, desviantes e criminógeneos é a esquadra de polícia e não as redes sociais", apela a PSP.